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Bacalhoeiro da Figueira da Foz salvou tripulação de naufrágio na Terra Nova
Uma forte tempestade nos últimos dias de setembro transtornou a derradeira fase da campanha de 1936 da pesca do bacalhau, regressando muitas embarcações aos portos portugueses com as mazelas da intempérie.
À Figueira da Foz, um dos mais importantes centros da indústria bacalhoeira da altura, aportaram a 12 de outubro desse ano, vindos dos bancos de pesca da Terra Nova e da Gronelândia, os navios “Maria Preciosa”, “Leopoldina”, “Júlia IV” e “José Alberto” – este último, propriedade da figueirense Sociedade de Pesca Oceano, era considerado a maior embarcação da frota portuguesa dedicada à pesca do bacalhau à linha no Atlântico Norte (viria a ser destruído em 1968 por um incêndio a bordo).
Na “Carta da Figueira”, publicada nas colunas deste jornal na edição do dia seguinte, dava-se conta de que os quatro barcos tinham sido «assediados com violência por um ciclone que os apanhou em plena safra, tendo o “Maria Preciosa” perdido todos os “dóris” de pesca e deitado ao mar 800 quintais de bacalhau, o “Júlia IV” partiu o leme, o que dificultou a continuação da pesca, e o “José Alberto”, não obstante ser o barco mais pesado e de maior resistência, não pôde continuar a pesca, por ter perdido alguns apetrechos e partido as amarras», conseguindo apesar disso «trazer uma carga de 8 mil quintais».
«Ainda faltam alguns barcos que também foram atingidos pelo mesmo ciclone, dos quais se aguarda o seu aparecimento fora da barra. O movimento nas respetivas secas já é grande, empregando-se nos trabalhos da seca do bacalhau centenas de pessoas, entre homens e mulheres», informou o correspondente do Diário de Coimbra na Figueira da Foz.
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