Engenheiros reconduzem Isabel Lança

Isabel Lança prepara-se para cumprir o segundo mandato à frente da Ordem dos Engenheiros – Região Cento. Três anos em que pretende dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser feito para «reconhecer e valorizar a profissão de engenheiro». «A engenharia é fundamental para o desenvolvimento socioeconómico do país e em particular da região centro», sublinha.

«Colocar a engenharia ao serviço da região» é um dos objetivos de Isabel Lança, que pretende «trabalhar com todas as entidades públicas e com as escolas de engenharia», pugnando pela criação de «plataformas de entendimento e desenvolvimento». Plataformas que se estendem «ao intercâmbio transfronteiriço», designadamente com regiões da vizinha Espanha. Há dois anos, em Badajoz, os engenheiros dos dois territórios debateram questões «fundamentais» para os dois países, designadamente «a água, a ferrovia e as plataformas intermodais». Este ano o objetivo é realizar um novo encontro, em Coimbra, possivelmente em setembro, e da agenda faz fazer parte a «capacidade de resiliência às alterações climáticas extremas», um tema que, de acordo com Isabel Lança é «fundamental para a Região Centro» e tem um impacto muito significativo nas regiões da Extremadura, de Castilla e León. «Vai ser um grande evento», perspetiva, enaltecendo o papel fulcral que a engenharia tem, também neste domínio..

A «valorização da engenharia na Administração Pública» constitui outro dos pilares do mandado e Isabel Lança refere o «novo enquadramento legal», que exige a inscrição na Ordem, e também o minucioso documento, publicado em janeiro que regulamenta as competências dos atos de engenharia, contemplando as 17 especialidades.

«Temos de fixar talentos», defende Isabel Lança, que chama a atenção para o facto de o país e a região terem «escolas de engenharia reconhecidas a nível europeu», com formação de excelência. Talvez por isso, «outros países vêm buscá-los» e, hoje, «temos falta de engenheiros», diz, apontando a execução do Plano de Recuperação e Resiliência como prova acabada dessa carência. Por isso, além da «valorização» e «dignificação» da profissão junto dos jovens universitários, o caminho vai mais longe, às escolas, sobretudo dos alunos do 8.º ano, em vésperas de tomarem, decisões. Trata-se do programa “Tudo é Engenharia em Ti – Engenheiro és tu!”, iniciado há dois anos, que pretende «motivar os jovens para a engenharia» de uma forma atrativa, demonstrando como é que cada uma das especialidades da engenharia dá resposta aos objetivos do desenvolvimento sustentável. «Tem tudo uma grande aceitação», diz, satisfeita, reforçando a importância de «captar novos engenheiros» entre os jovens.

Para os mais velhos, a Ordem dos Engenheiros – Região Centro vai dar continuidade ao programa “Conversas Cruzadas ao Centro”, onde se debatem os mais diversos temas. O próximo encontro, no dia 6 de março, destaca as questões da mobilidade terrestre, com o foco no projeto Metro Mondego e nos desafios que esta obra tem representado para a engenheira.

Com cerca de nove mil engenheiros inscritos na Região Centro, a Ordem vai comemorar, em maio, o Dia do Engenheiro. Até junho decorre um concurso que procura soluções sustentáveis para materiais e embalagens. Um desafio dirigido a alunos do secundário e universitários, com direito a prémio.