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José Manuel Silva acusado de peculato diz-se alvo de campanha contra a reputação
O presidente da Câmara de Coimbra foi notificado de uma acusação formal por parte do Ministério Público (MP) que considera «totalmente injusta e infundada». O caso prende-se com o mandato de bastonário da Ordem dos Médicos e ajudas de custo recebidas por viagens de comboio realizadas nessa função.
Em artigo de opinião publicado na edição de hoje do Diário de Coimbra, José Manuel Silva diz que o processo «é parte de uma campanha de claras motivações políticas, que visa manchar a minha reputação e desviar o foco do trabalho que desenvolvi e desenvolvo em prol do interesse público».
O autarca sublinha o tempo e momento da denúncia anónima, «quando, pelo trabalho realizado na oposição, me afirmava como um forte candidato independente no caminho para a presidência da Câmara Municipal de Coimbra». Fica evidente, acrescenta, que «o objetivo não é a busca da verdade, que foi inteiramente esclarecida, mas sim uma tentativa de retaliação e descrédito público devido à minha postura independente e de crítica ao "sistema"».
No artigo esclarece que «durante o exercício do cargo de bastonário, o Conselho Nacional Executivo (CNE) da Ordem dos Médicos definiu que as deslocações entre Coimbra e Lisboa seriam compensadas ao quilómetro, o que é prática legal e comum». Ou seja, «a decisão não foi minha, mas sim do CNE», reforça, ao vincar que «sempre foi de conhecimento público que eu realizava a maioria das viagens de comboio, como uma solução mais eficiente, económica e segura, sem nunca qualquer questão ter sido levantada».
Por ter viajado de comboio «não houve qualquer prejuízo financeiro para a Ordem», acrescenta, alegando que «as ajudas de custo seriam iguais se as viagens fossem feitas de carro, e destinaram-se a compensar parcialmente as elevadas perdas remuneratórias, sendo indispensáveis para que pudesse dedicar-me maioritariamente ao cargo».
José Manuel Silva diz que «o modelo de compensação foi debatido e aprovado pelo CNE» e que «todas as despesas foram rigorosamente registadas e aprovadas por instâncias internas da Ordem».
Ao mostrar confiança na justiça para esclarecer os factos e encerrar um processo «que não tem fundamento jurídico válido», o autarca diz que o caso «ilustra, mais uma vez, a dificuldade de pessoas independentes se dedicarem à vida pública, enfrentando ataques motivados por interesses alheios ao bem comum».