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Maria de Lurdes: "Não somos gémeos, mas somos irmãos"
Maria de Lurdes Horta e Vale tem a mesma idade que o Diário de Coimbra. São 95 anos. «Não somos gémeos, mas somos irmãos», é assim que Maria de Lurdes retrata a relação que mantém com o nosso Jornal há mais de 40 anos. A assinatura com o Diário de Coimbra foi feita pelo seu marido e mesmo após o seu falecimento fez questão de «manter esta relação por respeito».
«Leio todos os dias o Diário de Coimbra, dou-lhe uma vista de olhos no geral e, claro, há artigos e notícias que às vezes gosto mais de ler», começou por dizer.
A secção do Fala o Leitor tem um carinho especial de quase todos os leitores que temos ouvido nesta rubrica e Maria de Lurdes não é exceção. Esta página, que dedicamos à opinião dos nossos leitores, tem uma atenção desta nossa leitora de 95 anos. «Gosto muito de ler a opinião dos leitores, porque são pessoas que contam coisas da sua infância e da sua vida que me enternecem muito», confessa.
Por outro lado, conta-nos que não deixa de ver a página da necrologia. «Toda a gente vê a necrologia e aí tenho visto muitas pessoas conhecidas e queridas que têm partido».
Maria de Lurdes dedicou a sua vida ao ensino, nomeadamente, do alemão e inglês e depois de ter dado aulas de norte a sul do país terminou a sua carreira na Escola Avelar Brotero e é daí que relembra muitos dos seus alunos…entre eles, Gonçalo Capitão que é um dos que lhe salta logo da memória por escrever para o Diário de Coimbra na secção de Opinião.
«Vocês têm uma organização muito simpática e, por isso, depois do meu marido morrer eu disse: “Não vamos cancelar, vamos continuar com a assinatura”». O prazer de ler, de saber as principais notícias do mundo, «mesmo aquelas sobre a guerra» continuam a “alimentar” a vivacidade, a lucidez e reforçar a memória de Maria de Lurdes que, por vezes, lhe falha.