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Jardim Botânico de Coimbra mostra “Narcisário”

Exposição apresenta alguns dos exemplares da coleção. Um “museu vivo” que pode ser visitado até dia 28 de março
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No espaço exterior da Estuda Tropical, o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra apresenta a sua mais recente exposição. Trata-se do “Nascisário”, uma mostra da histórica coleção dinamizada por Abílio Fernandes, o botânico que dirigiu este espaço entre 1942 e 1974. Apaixonado pelos narcisos, o investigador chegou a reunir mais de mil vasos, onde se encontravam todas as espécies conhecidas.

Ao todo, no mundo deverão existir cerca de 40 espécies diferentes de narcisos. 19 são originários e característicos de Portugal. Um dado curioso a que se juntam muitos outros e que o investigador residente do Jardim Botânico João Farminhão explica. A começar pelo facto de a Península Ibérica ser o “berço” de todas as espécies de narciso existentes, pois foi aqui que há 15 milhões de anos surgiu o «ancestral de todos os narcisos».

Curioso, também, é o facto de a história evolutiva do narciso ter sido feita em Coimbra, precisamente por Abílio Fernandes, um «especialista no estudo dos cromossomas», que publicou esse trabalho em 1975. Na altura «não gerou consenso», adianta o investigador, sublinhando que esse tratado sobre a evolução destas plantas acabaria por ser reconhecido mais tarde, em 2010.

A exposição apresenta várias espécies de narcisos, flores que se distinguem pela cor amarela ou branca e pela coroa que apresentam. Alguns estão ainda longe da floração, como os conhecidos por junquilhos do Algarve, popularmente designados por “mija-burro”, que só existem na zona entre Loulé e S. Bartolomeu de Messines. Aliás, no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra existe a herança única de uma população que existia entre Loulé e Barranco Velho e desapareceu. Os exemplares herdeiros foram trazidos para Coimbra em 1963 pelo Prof. Jorge Paiva, então um jovem professor com pouco mais de 30 anos.

Destaque, ainda, para o narciso do Mondego, uma espécie identificada para a ciência por Júlio Henriques, que também foi diretor do Botânico, e que só existe no Vale do Mondego e na Serra da Gardunha. Ao lado deste, igualmente com uma pequena flor de um amarelo intenso, mas em muito maior quantidade e num vaso cheio de vida e de cor, apresenta-se outra variedade, esta ainda não descrita cientificamente. Trata-se de narcisos que só existem nos granitos rosa de Santa Eulália, nas proximidades de Elvas, que João Farminhão está a investigar. Crescem nas fendas das rochas e estão em plena floração. «Estive lá há três dias e são milhares!», afirma, entusiasmado.

Fevereiro 19, 2025 . 15:21

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