
Estudantes ajudam a cuidar da mata da Agrária
A mata da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) ganhou, hoje, 20 pinheiros mansos e 20 medronheiros, numa ação de rearborização que encerrou a 16ª edição da Semana dos Cursos, promovida pela Associação de Estudantes.
Em ação estiveram alunos dos cursos de Ciências Florestais e Recursos Naturais, Biotecnologia e Turismo em Espaços Rurais e Naturais, que ajudaram a tratar da mata, levando para o terreno o que aprendem na sala de aula.
«O que estava aqui antes era só mato, silvas a tapar as árvores», salienta Manuel Simões, presidente do Núcleo de Floresta da Associação de Estudantes.
A acompanhar o trabalho dos jovens, Joaquim Sande Silva, docente da ESAC, recorda que a reflorestação do espaço vem na sequência da intervenção de uma equipa de sapadores florestais de Montemor-o-Velho, no âmbito de um programa nacional de formação, complementando a intervenção dos profissionais.
«O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas decidiu, sob nossa proposta, alocar algumas horas do trabalho público dos sapadores» na mata da ESAC, explica Joaquim Sande Silva, sublinhando que o trabalho realizado foi no sentido de tentar «proteger tudo o que são espécies arbóreas nativas e removendo tudo o que está por baixo, nomeadamente mato, lianas e ramos secos» numa área de 1 hectare, frisa o docente.
«É um trabalho bem mais meticuloso do que aquele que se faz nas limpezas de matas em que se arrasa tudo e passado três anos temos de voltar lá», explica, ao realçar que ali a estratégia é «privilegiar a sombra de modo a impedir que o mato volte a crescer».
«Se fosse uma técnica generalizada a todo o país, o país poupava muitos milhões de euros e estava a proteger a nossa floresta nativa e a proteger a nossa biodiversidade», garante.
Ora, terminado o trabalho dos sapadores florestais, ficaram a descoberto espaços que, anteriormente, estavam invadidos e dominados por silvas, optando-se por complementar a reflorestação natural com uma plantação artificial.
«Isto é quase um paradoxo, porque estamos a adicionar biomassa para prevenir incêndios, que é o contrário do que se faz na generalidade do país, que é remover toda a biomassa. Aqui o que tentamos é promover a biomassa ao nível das copas de forma a gerar um microclima mais adequado debaixo das copas, mais fresco e mais húmido e, ao mesmo tempo, estamos a prevenir o aparecimento do mato e o aparecimento de espécies invasoras», sublinha Joaquim Sande Silva, elogiando a atividade dos estudantes que, além de estarem «a ajudar a gerir a mata, estão a aprender também».