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Especialista diz que Papa terá de ficar um mês em alerta e sem viajar
Um especialista em doenças respiratórias sublinhou hoje que o Papa Francisco deverá ficar pelo menos um mês em alerta de saúde e desistir de viagens ao exterior, enquanto recupera de uma pneumonia dupla, no hospital Gemelli, em Roma.
A melhoria até agora observada no quadro clínico do Papa, com base nas informações divulgadas, é “um sinal muito positivo”, segundo Francesco Blasi, professor de Doenças Respiratórias na Universidade de Milão e diretor da Estrutura Complexa de Pneumologia e Fibrose Cística do Hospital Policlínico de Milão, citado pela agência de notícias italiana ANSA.
“Mas apesar de se esperar a sua recuperação completa, deve considerar-se que existe um alto risco de recorrência da pneumonia, em 15% a 20% dos casos, no mês seguinte à resolução da atual patologia, [pelo que] deve ser prestada a máxima atenção”, sublinhou o especialista.
A retomada das atividades do Papa “deverá, portanto, ser muito gradual e, no futuro imediato, as viagens e as atividades no exterior deverão ser desencorajadas”, indicou Francesco Blasi.
O Papa Francisco, 88 anos, passou uma noite tranquila no hospital Gemelli, em Roma, onde está a ser tratado a uma pneumonia em ambos os pulmões, informou o Vaticano.
"A noite correu bem. Esta manhã, o Papa Francisco levantou-se e tomou o pequeno-almoço", referiu um breve comunicado, uma semana após a hospitalização do chefe de Estado do Vaticano.
Jorge Bergoglio foi hospitalizado a 14 de fevereiro devido a uma bronquite, mas na terça-feira o Vaticano revelou que ele desenvolvera uma pneumonia dupla, uma infeção do tecido pulmonar.
Na quinta-feira à noite, o Vaticano comunicou que o estado de saúde do Papa tinha melhorado ligeiramente e já hoje, indicou que passou uma noite tranquila.
As preocupações no Vaticano agravaram-se com a difusão de informações falsas nas redes sociais, nomeadamente na rede X (antigo Twitter), referindo erradamente à morte do Papa.
Até ao momento, não foi fornecida qualquer indicação sobre a duração do internamento, e o Vaticano não indicou se Francisco, que não é visto em público desde 14 de fevereiro, poderá presidir à oração semanal no próximo domingo.
Por outro lado, o estado de saúde do Papa - líder espiritual de 1,3 mil milhões de católicos e chefe de Estado do Vaticano -, reacendeu a especulação sobre a sua capacidade para desempenhar as funções religiosas e políticas do cargo.