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Kiev apela para “reação internacional” face a incidentes em centrais nucleares
As autoridades ucranianas apelaram ao secretário-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, para uma “reação internacional” unida para “travar a chantagem nuclear da Rússia”, na sequência dos recentes incidentes nas centrais de Zaporijia e Chernobyl.
“Uma reação internacional forte é essencial para acabar com a chantagem nuclear da Rússia”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andri Sibiha, na rede social X, depois de ter conversado com o secretário-geral da AIEA por telefone.
Na semana passada, a AIEA confirmou que a rotação de pessoal na central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, teve de ser cancelada devido à “intensa atividade militar” na zona, que se encontra sob controlo russo desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
Também na semana passada, um ‘drone’ (aeronave não-tripulada) com uma ogiva altamente explosiva atingiu o perímetro de proteção da Central Nuclear de Chernobyl, na região de Kiev, informou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A Ucrânia tem 15 reatores nucleares operacionais em quatro centrais que produzem cerca de metade da eletricidade do país, segundo a Associação Nuclear Mundial, numa atualização referente a dezembro de 2024.
A Ucrânia sofreu o pior acidente nuclear de sempre em 1986, na central de Chernobyl, quando ainda integrava a União Soviética.
Chernobyl tem três reatores desativados e os destroços do que sofreu o acidente foram selados com um sarcófago de betão.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, para, segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
Desconhece-se o número de vítimas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.