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Autor de disparos a vizinho obrigado a mudar de casa
A Polícia Judiciária deteve um homem de 86 anos, que disparou uma arma de fogo sobre um vizinho, não o atingindo por mero acaso. Aconteceu na localidade de Francos, freguesia de Lavos, nos inícios do mês. Presente a primeiro interrogatório judicial, o homem foi obrigado pelo tribunal a abandonar a casa onde residia.
Tudo aconteceu, como o Diário de Coimbra noticiou na altura, quando o vizinho, um homem de 30 e poucos anos, estava a fresar uma terra, localizada nas imediações da residência do atirador. Este, movido pelo mau feitio, que todos dizem possuir, e por questiúnculas antigas relacionadas com os terrenos, seus e do vizinho, que uma estrada cortou ao meio, pegou numa arma de fogo e fez uso dela. Disparou um tiro para o ar e no segundo disparo fez pontaria para o trator, com a bala a passar à frente do condutor, felizmente sem o atingir.
A patrulha da GNR do Paião deslocou-se ao local e tomou conta da ocorrência, procedendo à detenção do homem e à apreensão da arma, mas a investigação do caso, tendo em conta a utilização de uma arma de fogo, transitou para a Diretoria do Centro da Polícia Judiciária.
Na localidade de Francos e redondezas o homem, apesar da idade avançada, é olhado com pouca simpatia e uma grande dose de reserva. «É um homem quezilento», com «mau feito», que «gosta de arranjar confusão» com toda a gente, de acordo com o testemunho da vizinhança, que apenas mostra alguma consideração quando refere o facto de tomar conta da mulher, também de idade avançada e que padece de problemas do foro neurológico e praticamente não sai de casa.
Além, do espírito truculento, o homem tem algum cadastro criminal, nomeadamente por desobediência à autoridade e condução sob influência do álcool. Agora, depois de atentar conta a vida do vizinho, vê-se obrigado a deixar a sua casa e ir residir para outra localidade. Uma medida de coação decretada pelo tribunal que terá tido em linha de conta a idade avançada do arguido, 86 anos, e que procura evitar soluções mais gravosas, como a detenção, mas simultaneamente assegurar uma distância de segurança relativamente ao vizinho, procurando evitar novos confrontos.