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Miguel Albuquerque diz não há razão para demissão Montenegro
O chefe do executivo madeirense e líder do PSD regional, Miguel Albuquerque, disse hoje não haver motivo para o primeiro-ministro apresentar a demissão e considerou que a situação nacional não terá impacto nas eleições de 23 de março na Madeira.
«Eu acho que, neste momento, o que o presidente do PSD [Luís Montenegro] tem de fazer, dado o ambiente de suspeição generalizado em que se vive, é esclarecer o que tem para esclarecer. Mais nada», afirmou.
Miguel Albuquerque, que falava aos jornalistas à margem da apresentação de um projeto de construção de um novo nó rodoviário, no Funchal, considerou que o caso da empresa detida pela família de Montenegro não é motivo para este se demitir do cargo de primeiro-ministro.
«Mas porquê? Ele roubou alguma coisa a alguém?», questionou, para logo acrescentar: «Ele esteve fora da política. Quando esteve fora da política, exerceu as suas atividades. As atividades no privado correm bem, ou correm mal».
O presidente do Governo Regional em gestão manifestou-se também contra a lei das incompatibilidades de titulares de cargos políticos e públicos. «Eu sou totalmente contra a lei das incompatibilidades, não tenham dúvida sobre isso», declarou, vincando que a lei «está a funcionalizar os políticos e está a pôr na política pessoas que nunca fizeram nada». «Quem é que vai para a política? Vão recrutar santos? Santos não existem», advertiu, em tom irónico.
O primeiro-ministro faz hoje uma comunicação ao país para anunciar as suas «decisões pessoais e políticas» após ter sido revelado que a empresa detida pela sua mulher e filhos recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde. A declaração de Montenegro ao país está marcada para as 20h00, na residência oficial de São Bento, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministro, no mesmo local.
Montenegro decidiu convocar o Conselho de Ministros na sexta-feira de manhã, depois de o jornal Expresso ter noticiado que o grupo de casinos e hotéis Solverde, sediado em Espinho, paga à empresa detida pela sua mulher e os filhos, a Spinumviva, uma avença mensal de 4.500 euros desde julho de 2021, por «serviços especializados de "compliance" e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais».
Na Madeira, o presidente do Governo Regional considerou que a situação nacional não terá impacto nas eleições regionais antecipadas de 23 de março, que decorrem da queda do executivo social-democrata minoritário, após a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega, em 17 de dezembro de 2024.