
UC está na final de competição mundial de computação quântica
Um projeto centrado no desenvolvimento de novos algoritmos de Inteligência Artificial (IA), que exploram o poder da computação quântica para resolver problemas complexos de imagiologia médica, garantiu a uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) um lugar nos 15 finalistas do Quantum Challenge, concurso promovido a nível mundial pela empresa Pasqal.
Segundo divulgou ontem a FCTUC, o projeto em competição, de uma equipa composta por Ana Morgado, Gabriel Falcão, Jorge Lobo, Óscar Ferraz (Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores), Sagar Pratapsi (Departamento de Física) e Nuno Batista (Departamento de Engenharia Informática), foca-se no «rastreio e prevenção de doenças do foro gastrointestinal, nomeadamente o cancro gastrointestinal, uma área em que a capacidade de processar grandes volumes de dados com rapidez e precisão pode fazer toda a diferença».
A Universidade de Coimbra é a única instituição portuguesa selecionada para o grupo restrito de 15 projetos inovadores, a nível mundial, que vão disputar a final deste concurso, que contou com a participação de 150 equipas provenientes de 70 países diferentes.
«O facto de termos sido selecionados é extraordinário. Teremos acesso a um produto de nicho, que ainda não está amplamente divulgado, e isso coloca-nos numa posição privilegiada para propor soluções inovadoras para os problemas que pretendemos resolver», afirmou Gabriel Falcão, professor do DEEC e líder do projeto.
O comunicado refere que a empresa Pasqal, com origem em França, desenvolve computadores quânticos com base em tecnologia de neutral atoms e promove regularmente este tipo de desafios para estimular a inovação e o progresso da computação quântica.
«O acesso privilegiado aos recursos da Pasqal, garantido por esta distinção, permite à equipa portuguesa a experiência única de beneficiar de formação exclusiva em tecnologias emergentes, ainda pouco exploradas, oferecendo assim uma vantagem competitiva significativa a nível internacional», considera a FCTUC.
As equipas selecionadas vão apresentar no dia 11 deste mês os respetivos projetos inovadores ao júri do concurso, estando marcada para o próximo dia 26 a cerimónia que distingue os três vencedores. O primeiro recebe um prémio monetário de 15 mil euros, o segundo 10 mil e o terceiro cinco mil.
Mas estar presente na final do concurso é já por si um prémio para a equipa de Coimbra. «Este reconhecimento internacional sublinha o papel de destaque que a UC está a assumir na vanguarda da computação quântica aplicada à saúde, mostrando que a investigação portuguesa tem potencial para competir e liderar a nível mundial», conclui a Faculdade de Ciências e Tecnologia.