
Adesão de quase 100% à greve dos motoristas nos Transportes de Coimbra
O primeiro de três dias de greve dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) contou com uma adesão próxima dos 100%, afirmou hoje dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Segundo a dirigente regional do STAL, Luísa Silva, a adesão à greve de três dias iniciada hoje e que se estende até quarta-feira esteve próxima dos 100%, tendo saído apenas um autocarro de manhã e outro à tarde.
“Sentimos uma mobilização e adesão igual à greve anterior”, disse a dirigente sindical, que falava à agência Lusa durante a concentração dos trabalhadores junto à Câmara Municipal de Coimbra, antes de intervirem durante a reunião do executivo de hoje.
Na reunião da Câmara o delegado sindical do STAL nos SMTUC, João Soares, reiterou que a falta de motoristas e mecânicos não se deve à inexistência de concursos, mas da pouca atratividade dos salários.
Segundo João Soares, os trabalhadores dos SMTUC esperavam que fosse agendada uma reunião conjunta com o Governo e com o município, depois de uma primeira greve de dois dias em fevereiro.
“Fiquei desiludido porque no espaço de um mês não houve nenhuma comunicação da Câmara para o STAL. Só temos um caminho que é continuar a greve”, disse.
João Soares recordou que os trabalhadores defendem a devolução das carreiras de agente único, decisão que depende do Governo, mas pediram também a aplicação de um subsídio de insalubridade e penosidade para mitigar, entretanto, o problema.
O delegado sindical salientou que o presidente da Câmara, José Manuel Silva, afirmou em junho de 2021, enquanto candidato, que havia soluções.
“Quando um candidato à presidência da Câmara se junta a um plenário de trabalhadores e diz que há soluções e que o que é preciso é mudar a Câmara de Coimbra, esta é uma promessa que não pode ser vista de uma outra maneira”, disse.
José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt), afirmou que partilha das preocupações dos motoristas, mas recordou que houve uma substituição recente do secretário de Estado com quem seria necessário dialogar e que foi por essa razão que a reunião não foi agendada.
O autarca salientou que a reposição das carreiras depende do Governo e não do município e disse que não poderia aplicar um suplemento de insalubridade contra o parecer do gabinete jurídico da Câmara de Coimbra.