Figueira prepara época balnear com cursos de nadador-salvador

O Município da Figueira da Foz, através da sua escola de formação Foz Resgate, vai promover oito cursos de nadador--salvador, que têm como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento de conhecimentos e competências, dotando os formandos para o desempenho das suas funções de forma profissional.

As inscrições já se encontram abertas e vão realizar-se dois cursos na Figueira da Foz, dois em Arouca-Escariz, um em Cantanhede, um em Condeixa, um em Penacova e outro em Pombal, sendo todos reconhecidos pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

No caso da Figueira da Foz, refira-se que a primeira formação decorre de 31 de março a 26 de abril, em regime laboral e pós-laboral, cujas inscrições se devem efetivar até dia 17 de março.

Já a segunda irá realizar-se de 26 de abril a 28 de maio, em regime pós-laboral, com as candidaturas a serem efetuadas até dia 15 de abril.

Os cursos terão uma duração total de 150 horas e um custo de 225 euros.

Os candidatos deverão fazer inscrição prévia através de formulário eletrónico, disponível na página da Câmara Municipal. Além disso, devem ser portadores de cópia do cartão de cidadão ou passaporte (para cidadãos não nacionais), certificado de habilitações literárias, atestado médico de robustez física e psíquica para o exercício de funções de nadador-salvador (o texto do atestado deve ser especificamente o indicado, caso contrário não será aceite pelo ISN) e curriculum vitae.

Recorde-se que no ano passado não foi fácil, inicialmente, conseguir contratar o número de nadadores-salvadores necessários para garantir a vigilância e assistência a banhistas durante a época balnear nas praias do concelho.

«A questão é que nós temos que cumprir com o plano integrado, mas posso dizer que, no pico do verão, estiveram 85 nadadores-salvadores no ano passado», sublinhou o responsável operacional da Proteção Civil Municipal, em declarações ao Diário de Coimbra.

No entanto, João Matias confirmou que a «fase inicial é sempre complicada». «A dificuldade em conseguir pessoas para frequentar os cursos prende-se com o período escolar, pois nem todos os jovens têm disponibilidade em época de aulas», explicou.

Porém, o responsável deu conta que a partir daí estão ultrapassadas as barreiras. «É certo que ingressar no curso obriga a testes físicos. Mas posso dizer que a maioria que frequenta o curso de nadador--salvador acaba a trabalhar», destacou João Matias.

Daniel Pejão foi nadador-salvador por quatro épocas balneares em postos de vigia nas praias da margem sul do concelho e partilhou a sua experiência com o nosso jornal. Na sua opinião «é ingrato» exercer esta profissão.

«Ser nadador-salvador exige muita responsabilidade, pois são vidas que dependem da nossa atenção constante e da nossa rapidez em entrar na água. Só que não somos valorizados pela maioria dos banhistas que, muitas vezes, não respeitam as nossas indicações, mesmo quando está bandeira vermelha», lamentou.

Não obstante, o ex-nadador-salvador deixou uma palavra de incentivo aos futuros candidatos. «É sempre uma experiência que nos dignifica ao permitir salvar vidas. A sensação de ajudar as pessoas não se consegue explicar por palavras, mas sem dúvida que é o mais enriquecedor da profissão», defendeu.