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Conhecer a cultura clássica para compreender a lírica e a épica de Camões

Oficinas de Cultura Clássica, uma das iniciativas integradas no Mês Camoniano que celebra um dos maiores escritores da língua portuguesa
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Março é o mês dedicado a Luís de Camões na Escola Secundária José Falcão. Uma iniciativa da Biblioteca Escolar, em parceria com os diferentes departamentos disciplinares, como forma de « unir a comunidade escolar em torno de um dos maiores escritores da língua portuguesa, incentivando a leitura, a escrita e a expressão artística», tal como referiu Lucinda Polícia, a professora bibliotecária. Assim, depois de uma palestra com o professor jubilado da Faculdade de Letras, José Ribeiro Ferreira, subordinada ao tema “Deuses e heróis clássicos na língua portuguesa do quotidiano” e de uma visita à exposição “Camões 500 anos” , que está patente na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, a semana começou com a realização de Oficinas de Cultura Clássica na Biblioteca Escolar. Manhã à volta dos clássicos Com sete oficinas, disponibilizadas pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto “Artes Docendi - Investigação e Formação em Didática dos Estudos Clássicos” um grupo de monitores (alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento da FLUC) deslocou-se segunda-feira à Biblioteca Escolar da Escola José Falcão para levar a cultura clássica aos alunos do 3.º ciclo. A professora de História, Ana Luísa Silva, explicou ao Diário de Coimbra que a civilização greco-romana é lecionada no 7.º ano e, os Lusíadas fazem parte do currículo do 9.º ano. Por isso, a participação nestas oficinas «é uma forma de aprenderem mais sobre a cultura clássica que é a matriz da cultura ocidental». E o entusiasmo era bem visível em cada uma das sete oficinas.

Manhã à volta dos clássicos

O Diário de Coimbra passou pela Oficina da Cerâmica Grega e, em conversa com alunas o 7.º ano, quis saber o que ali se fazia. Giulia e Laura explicaram que depois de escolherem uma das imagens que, na Grécia Antiga, decoravam os vasos cerâmicos com cenas do quotidiano, ficavam com a missão de pintar um friso no prato onde a imagem estava impressa. Já Filipa Neves e Maria Félix, bolseiras da FLUC, vestidas a rigor, estavam ali como monitoras, explicando aos alunos cada imagem e o que elas representavam. Inês, do 7.º ano, confessou que escolheu uma imagem que representa a guerra, em que os soldados surgem a coser a vestimenta». Já Leonor preferiu uma imagem que representa o Deus Dionísio, «que surge em modo dançante, numa referência às Bacanálias, em honra do deus Baco, o nome romano do deus grego Dionísio», explica Maria Félix.

Noutra oficina, a “Duodecim Dei”, o desafio é conhecer os 12 deuses. Uma espécie de jogo de cartas, que desafia os alunos a escolher cartas com imagens que se associem a um Deus ou a um mito, representado numa primeira carta escolhida. Aqui, cabia ao estudante de doutoramento em Estudos Clássicos, Bernardo, ou a Carolina Bessa, licenciada em Estudos Clássicos, ajudar os alunos a aprofundarem os seus conhecimentos sobre os deuses que Luís de Camões refere n’ Os Lusíadas, por exemplo, no canto dedicado ao “Consílio dos Deuses”, uma temática que os alunos do 9.º ano - o Pedro e o Vinicius - muito apreciaram na Oficina “QVIS ES?. Aqui, o desafio era adivinhar, num jogo de perguntas frente a frente, de que Deus se falava. Já numa outra oficina, desta feita “A Bula Roman”, o desafio era recriar, em barro, um amuleto da sorte que na Grécia Antiga era feito noutros materiais mais nobres. Adriano Fagherazzi, aluno de doutoramento em Estudos Clássicos, confessou-se «entusiasmado com esta interação com alunos mais novos».

Outro grupo de alunos, desta vez, do 8.º ano, estiveram sempre muito empenhados, durante a sua participação na oficina “Idem Simulacrum” , um jogo que os desafia a encontrar a imagem igual ao cartão inicial. Um jogo interativo que ajudou os alunos a perceber algumas expressões com origem na Grécia Antiga, como “Calcanhar de Aquiles” ou “Cavalo de Tróia”, ou a imagem ligada ao mito de Sísifo, recriado na literatura, como o poema de Miguel Torga.

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Março 12, 2025 . 16:56

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