
Iria da Glória tem uma companhia especial todas as tardes: o Diário de Coimbra
Iria da Glória Santos tem a mesma idade do Diário de Coimbra. O nosso jornal foi fundado em maio de 1930 e a nossa leitora nasceu a 23 de dezembro do mesmo ano e estão ambos a caminho dos 95 anos.
Iria abriu-nos a porta de sua casa e contou-nos como o Diário de Coimbra se tornou tão importante na sua vida. Não dispensa a leitura diária e, depois de almoço, é certo que o seu passatempo preferido é na companhia do nosso jornal.
«Leio tudo: o Fala o Leitor, o Henrique Neto à segunda-feira, ao domingo as notícias antigas [Memórias] e recordo-me delas perfeitamente. Leio as crónicas todas...», conta. Fazer as palavras cruzadas e o sudoku também está no programa da tarde e, ao folhear o jornal, dá uma atenção especial à necrologia para ver se «vem gente conhecida» e também ao Tome Nota «para ver o que há em Coimbra».
«Quando termino tudo, digo assim: acabei os deveres da escola», brinca Iria da Glória, salientando que, de manhã, trata das lides domésticas, vai buscar o pão, faz o almoço. «Ainda hoje faço tudo, só preciso que me levem às compras, porque as pernas já não dão», adianta.
Iria nasceu em Coimbra e grande parte da sua vida tem sido passada na freguesia de Santo António dos Olivais. Perdeu a mãe quando tinha apenas três anos e, aos 10, saiu da escola «para ir servir» numa casa na Póvoa de São Martinho. «Ao domingo vinha a pé para onde é hoje o Pólo II para ver o meu pai», recorda, indicando que, mais tarde, foi para a Sociedade Porcelanas onde esteve até se reformar.
Nesses tempos, não tinha tempo para ler. Só mais tarde, começar a ter o contacto com nosso Jornal e com ele criou uma ligação diária. «Quando ele [jornal] me falta já não tenho entretém para a tarde», refere.
Quando lhe perguntamos se se recorda de alguma notícia que a tenha marcado mais, Iria da Glória destaca um assunto que não gosta, o metrobus. «É uma encazinação. Não vou à bola com aquilo. Nem pensar. Deram cabo da nossa cidade», salienta.
Sugestões não consegue deixar por uma razão muito simples: «gosto de tudo».
