
Múltiplos projetos preparam Escola de Enfermagem do futuro
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) celebrou ontem 144 anos, o último aniversário antes da integração na Universidade. O Dia da ESEnfC será sempre celebrado e o objetivo, a reforçar com vários dos projetos em que a escola está envolvida, será, também sempre, de formar «os melhores enfermeiros do mundo».
Ao discursar na sessão solene, António Fernando Amaral deixou palavras de apreço a professores, investigadores, funcionários, estudantes, técnicos e administrativos, atuais e aposentados, e registou as semelhanças com a cerimónia do ano passado, também com uma queda de Governo que aumentava a imprevisibilidade e incerteza. Sem querer desenvolver muito esta questão, assinalou, contudo, o adiamento da revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior que, na atual redação, «já não serve ao desenvolvimento do sistema de educação superior».
A escola está envolvida para formar «os melhores enfermeiros do mundo»
Para o presidente da ESEnfC, o ano de 2024 ficou marcado pela greve dos docentes às avaliações (ver caixilho) e pela publicação do decreto que integra a escola como unidade orgânica de ensino e investigação na Universidade de Coimbra, «um desejo com muitos anos e com um percurso difícil», mas com uma possibilidade de sucesso que se começou a desenhar «cedo», com projetos conjuntos das duas instituições, nomeadamente o programa doutoral em associação. Em 2024 «decorreu também a avaliação da Unidade de Investigação que correu de uma forma muito positiva», assinalou, ao estranhar que ainda não se saibam os resultados.
Sobre os múltiplos projetos em que a ESEnfC está envolvida, «todos eles com uma visão do que virá a ser uma escola de futuro», representam o maior volume de sempre em financiamento (projetos que não envolvem construção).
Entre outros, António Fernando Amaral destacou a forte atividade no Living the Future Academy (abertura da academia a novos públicos), parcerias com a UC e entidades externas (Unidade Local de Saúde Coimbra, IPO ou Unidade Local de Saúde do Mondego).
INNOV2CARE é «um sonho» para António Fernando Amaral
Com cerca de dois mil estudantes (licenciaturas, 11 mestrados e quatro pós-graduações, além do programa de doutoramento), a ESEnfC apresentou um projeto para melhoria de salas de aula, participa com a UC no projeto DIG.INTEL – capacitação para a inteligência digital, faz parte do consórcio INOV3P (no domínio da inovação pedagógica) e aderiu ao INOVC+ (ecossistema de inovação para a transferência de conhecimento e tecnologia, que tem a duração de 30 meses e um investimento de 4,1 milhões de euros).
Um outro projeto, que é de resto «um sonho» para António Fernando Amaral, passa pelo consórcio INNOV2CARE, em conjunto com a Faculdade de Medicina da UC, IPC (Escola Superior de Tecnologias da Saúde) e Universidade da Beira Interior, que poderá tornar-se «num ponto de viragem na formação nas profissões da área da saúde em Coimbra». O sonho, precisou o presidente da ESEnfC, é lançar os alicerces para um grande centro de simulação clínica multiprofissional. «O futuro do ensino de enfermagem e de medicina, sobretudo, passa em grande medida pelo treino em ambientes simulados, eticamente muito mais vantajoso e muito mais efetivo do ponto de vista dos resultados», disse, para depois notar a necessidade e investimentos avultados.
Ora, «não faz sentido Coimbra ter três centros de simulação com redundâncias», referiu, antecipando um possível envolvimento do Centro Académico Clínico. Sem esconder que esse é um sonho que gostaria de ver construído e a funcionar, António Fernando Amaral terminou como começou, com agradecimentos a toda comunidade e em particular à presidente do Conselho Geral, Catarina Resende de Oliveira, médica e neurologista, que anuiu em dedicar a intervenção de ontem à importância da investigação clínica.
A sessão solene contou ainda com uma mensagem de Francisca Rodrigues, presidente da Associação de Estudantes.