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Hospitais “maltratam” ambulâncias e bombeiros

Espaço localizado à entrada dos HUC é um mar de lama. Situação é provisória e a ULS Coimbra já tem o “remédio”: um novo parque de estacionamento.

Impecavelmente brancas, por princípio, as ambulâncias de transporte de doentes não urgentes parece que, ao final do dia, acabaram de fazer um todo-o-terreno. Há lama por todo o lado, por fora e no interior. Quanto aos bombeiros, o máximo cuidado não evita que as botas fiquem enlameadas e deixem um rasto de sujidade nos caminhos que percorrem. Inclusivamente nos corredores do hospital. A situação agravou-se devido às fortes chuvadas que se têm feito sentir e que transformaram o estacionamento de ambulâncias, cria­do junto à entrada principais dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) num verdadeiro lamaçal.

«Aquilo é uma autêntica piscina de lama», diz o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua, Rui Leitão, que aponta as várias queixas que os seus operacionais lhe têm reportado. Situação que, de resto, afirma, se tem verificado com outras corporações de bombeiros, que se queixam igualmente da falta de condições do novo parque de estacionamento criado no espaço das antigas bombas de combustível.

«Parecem carros todo-o-terreno», «andamos com as ambulâncias todas sujas», lamenta o comandante, que entende que as viaturas «são o espelho» dos bombeiros. «Primamos por apresentar viaturas limpas e cuidadas», refere. Todavia, as ambulâncias de transporte de doentes não urgentes refletem agora uma outra imagem, negativa, de sujidade e até desleixo, porque só ao final do dia, após várias viagens, é possível proceder à limpeza geral.

 

"Aquilo é uma autêntica piscina de lama", diz o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua

«Por mais cuidado que tenhamos, andamos sempre com os carros todos sujos», adianta Rui Leitão. No exterior e também no interior, pois as entradas e saídas dos bombeiros das viaturas deixam as suas marcas. Marcas que também ficam nos corredores dos HUC, onde, muitas vezes, explica, os operacionais têm de regressar para ir buscar os utentes e mesmo tratar de alguma “papelada”. E o risco de cair numa poça de água não está descartado, diz o comandante.

Rui Leitão reconhece que todas as obras têm efeitos colaterais e apesar de elogiar a boa-vontade subjacente à criação deste novo parque – que veio substituir o existente junto às Consultas Externas – critica a falta de condições. «Não queremos que seja alcatroado», diz, sugerindo o recurso a «areão, brita ou frisado de alcatrão» para evitar a «piscina de lama» em que a zona de estacionamento se transformou. «Isto não tem dignidade nenhuma», diz ainda, fazendo notar que mesmo que a chuva pare - o que não se afigura provável para já – a água acumulada vai demorar a desaparecer.

Estacionamento 2
A chuva dos últimos dias transformou o parque de estacionamento num verdadeiro lamaçal

Construção do novo parque avança este mês

A Unidade Local de Saúde (ULS) Coimbra reconhece que a solução provisória para estacionamento das ambulâncias não é a ideal, mas garante que, no âmbito do Plano de Mobilidade gizado «está prevista a construção de um parque de estacionamento exclusivo para ambulâncias». O novo parque irá ficar junto à entrada lateral dos hospitais (zona de Celas), na Avenida Bissaya Barreto e a empreitada deverá «arrancar ainda em março», adianta.

Em resposta ao Diário de Coimbra, a ULS assume ter recebido uma queixa, devido às poças de água e lamas, decorrentes da chuva que se tem feito sentir. Esclarece que este parque foi criado com o aval da Câmara Municipal de Coimbra, visando dar resposta às «dificuldades existentes, dentro do campus hospitalar, para o estacionamento das ambulâncias que aguardam utentes».

O espaço em questão, onde existia um posto de abastecimento de combustíveis, vai ser alvo de uma intervenção, «no âmbito da beneficiação da Praceta Mota Pinto», integrado nas obras do Metro Mondego. Obras que, adianta a ULS, também decorrem no espaço do campus hospitalar, desde há longa data e «têm criado alguns constrangimentos, não só a nível de estacionamento, mas também de circulação». Lembra, de resto, que a Metro Mondego tem «utilizado um parque de estacionamento inteiro como estaleiro da empreitada», facto que «limita a oferta de estacionamento dentro deste polo». Problemas de circulação e também de estacionamento decorrentes deste «contexto de obras», para o qual a ULS pede a «compreensão de todos».

Março 19, 2025 . 07:30

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