
Pais heróis... partilham paixão e quartel com os filhos
Hoje é Dia do Pai. Do que cuida e que acarinha. Do que educa e acompanha. É também Dia do Pai referência, do pai influência, do pai herói. O Diário de Coimbra foi ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra em busca deles. Dos pais heróis que, por serem referência, influenciaram os filhos neste amor que é ser bombeiro. E, através do Ricardo Costa e do Mário Francisco, faz uma homenagem a todos os pais. Os bombeiros, mas também os polícias, os médicos, os professores, os militares, os guardas e até os jornalistas, que foram e são referência e influência para o futuro dos filhos.
Mário Francisco entrou pela primeira vez no quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra há 37 anos. Funcionário da Câmara Municipal de Coimbra, agora a trabalhar no Canil Municipal, foi vendo crescer uma paixão por ser bombeiro à medida que os anos foram passando. Por isso, não será de estranhar que o filho, Luís Francisco, tivesse crescido no meio da parada, entre carros e ambulâncias e tivesse, também ele, sentido o mesmo amor por esta causa. Tanto que há 25 anos, partilham ambos este mundo e hoje é o filho o superior hierárquico do pai, como nos conta Mário Francisco, com teimosas lágrimas a caírem-lhe pelo rosto, de tanto orgulho.
Orgulho e preocupação é o que sente Mário Francisco, não escondendo que o coração aperta um pouco mais quando é o filho que o acompanha no combate a incêndios, muitas vezes em cenários difíceis. O que, aliás, é também motivo de discussões... normais entre pai e filho.
Luís Francisco fala num pai herói e não disfarça a honra que sente por vê-lo, 37 anos depois, a ter a mesma paixão por ser bombeiro. Um sentimento que gostaria que também o filho tivesse... mas vai deixar que seja ele a decidir se quer perpetuar esta herança...

"No contexto dos bombeiros, já sabe, tem de ter cuidado, tem de ir, mas tem de voltar sempre"
Se alguma dúvida houvesse que o quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra é uma casa e que ali vive uma grande família, Ricardo Costa cá estaria para dissipá-la. Entrou para a corporação em 1995, influenciado pelo seu sogro e, por lá se cruza com sobrinhos, com a mulher e com três filhos, que não resistiram a esta paixão e, também eles, integram a corporação. José Lopes, bombeiro voluntário há oito anos, não pôde estar presente, por questões de trabalho, mas deixou a mensagem com os dois irmãos Rita Lopes e João Lopes, que não escondem o orgulho pelo percurso do pai, agradecendo-lhe os valores que lhes transmitiu e que os fizeram, também eles, serem bombeiros voluntários.
«Eu cresci cá dentro. Sempre foi o meu sonho, desde pequeno. Foi crescendo e fui-me apaixonando pelos bombeiros», confirma João, bombeiro voluntário desde 2019/2020. Antes, já tinha chegado a Rita, em 2012, que, também ela, apanhou «o gostinho» por ser bombeira com o pai, apesar de ajudar ter no quartel muita gente da família. O que é certo é que ambos concordam que é graças a Ricardo Costa, e à paixão que sempre mostrou pela corporação, que também eles não pensam em deixar a corporação
Na hora de deixarem mensagem ao pai, falam no «bom ótimo pai e no ótimo avô», constantemente preocupado com os filhos. Estes, também não escondem a preocupação: «no contexto dos bombeiros, já sabe, tem de ter cuidado, tem de ir, mas tem de voltar sempre».
