Crianças semeiam o futuro da alimentação saudável
«Recuperar conhecimento perdido». Foi este um dos motes lançados por Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) na entrega do “kit sementes” à Escola Básica de Quinta das Flores. O objetivo concreto é lutar contra o desperdício alimentar e melhorar a alimentação da comunidade escolar, mas relembrar como plantar e cuidar de uma horta é um passo «fundamental» para o sucesso e continuidade da iniciativa.
As crianças de cada escola vão ter a oportunidade de aprender sobre a sua alimentação e “tomar conta” dos seus próprios canteiros - a horta da escola. No caso da EB1 Quinta das Flores já existem algumas plantações (salsa, alface, cebola e tomates), que são agora reforçadas com sementes de batatas, favas, nabos e nabiças, couve portuguesa e um reforço de tomate e salsa.
«Vamos chegar a todos os municípios num total de cerca de 600 escolas», refere Jorge Brito. Apesar do projeto estar a «chegar ao fim», o plano é que se dê continuidade aos trabalhos de forma autónoma e natural, com as crianças no centro como informadores dos colegas e pais. «“A comer é que a gente se entende!” é um projeto que se estende há já alguns meses, com grande sucesso», enaltece o secretário, que destaca a importância dos jovens aprenderem a distinguir a génese dos problemas alimentares, como o desperdício e boa alimentação, aliados à “descoberta” do comércio local.
600 instituições escolares vão ter o apoio do “kit sementes” com o objetivo de sensibilizar e ensinar os jovens
Crescer é aprender
Com o “foco” posto em si, as crianças das diferentes escolas terão a ajuda do “Nutri”, a mascote do programa, para as ajudar a entender os temas abordados.
Num primeiro momento é preciso que os mais novos percebam, de uma forma simples, a importância de «comer bem» e de se cuidar da forma correta dos diversos alimentos, como refere a futura nutricionista Liliana Almeida. «Os alimentos têm muitas formas diferentes de serem preparados, temos aqui muitas receitas que podem levar para casa e experimentar» indicou a estudante aos alunos que observavam as diferentes sementes com muita curiosidade.
Ana Tomás, coordenadora de “A comer é que a gente se entende!” e de CoimbraMaisFuturo, enaltece o trabalho dos jovens enquanto “informadores” dos seus colegas e pais e deixa os alunos com algumas curiosidades: «temos algumas visitas pensadas para vos ensinar sobre os mercados locais, sessões sobre alimentação e “showcooking” e muitos jogos para aprenderem», tudo isto e um alguns livros e vídeos extra sempre com o pensamento de educar da forma mais interativa possível.
Projeto responsável
A responsabilidade de embaixadores “cai” para as crianças, mas o processo foi pensado a nível regional e com ajuda de várias entidades.
Através do Plano Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável (PNAES) a dieta mediterrânica foi usada como base e sustento científico para justificar a escolha das sementes, porém a sua época e tempo de germinação também foi tido em conta (as sementes entregues correspondem à sazonalidade correta).
Ajudaram nesta planificação as entidades de desenvolvimento local CoimbraMaisFuturo, AD ELO (Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego), ADIBER (Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra), ADICES (Associação de Desenvolvimento Local), DUECEIRA (Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça), Pinhais do Zêzere, Terras do Sicó e CIMRC que lutam em conjunto pelo combate ao desperdício alimentar e pela promoção de uma dieta saudável e equilibrada, através do uso de produtos autóctones.
Tags:
Partilhe este artigo:
Espere! Antes de ir, junte-se à nossa newsletter.
