
Autor de agressões a sacristão quer compensar ofensas
O agressor do sacristão da Igreja de S. Bartolomeu, em abril de 2022, bem como de outra pessoa que se encontrava no templo, admitiu sem reservas a acusação do Ministério Público de dois crimes de ofensa à integridade física qualificada. Questionado pelo presidente do Tribunal Coletivo, não conseguiu justificar o seu comportamento, associando-o, no entanto, a efeitos de produtos estupefacientes.
Pelas 10h00 do dia 16 de abril de 2022, o arguido, então com 22 anos, agrediu sem qualquer motivo uma pessoa que estava na igreja e lhe era totalmente desconhecida, ao ponto de a deixar inconsciente. Mesmo sem sentidos, continuou a desferir murros e pontapés. Na ocasião decorriam os preparativos para a época pascal, estando presente o sacristão, que tentou pôr cobro à agressão. Foi também espancado e só a intervenção de comerciantes, que imobilizaram o agressor até à chegada da PSP, resolveu a situação.
O primeiro ofendido foi diagnosticado com traumatismos (crânio-encefálico e facial) e dores lombares, de que resultaram 312 dias de doença, com afetação da capacidade de trabalho durante dois meses. O sacristão, que entretanto faleceu vítima de doença natural, sofreu traumatismo crânio-encefálico e facial, fratura dos ossos nasais e do fémur, e traumatismos na anca direita. Foi submetido a intervenção cirúrgica ainda no dia das agressões.
Ontem, no início do julgamento, o arguido confessou os factos, ocorridos sem qualquer lógica. «Não estava em mim», disse, ao pedir desculpa e a revelar a intenção de compensar as ofensas.
O jovem, residente em Coimbra, tem antecedentes criminais e foi condenado a prisão num processo de tráfico de droga. A punição, de dois anos, ficou suspensa sob condição de tratamento a adições e psicoterapêutico. Quando ocorreram as agressões na igreja ainda não estava sob pena suspensa.
Atualmente seguido periodicamente no Hospital Sobral Cid, está também a fazer uma formação. Além dos dois casos, haverá ainda um outro processo, que supõe ser o último, em que é arguido.