
Ministro da Presidência pede a líder do PS que se retrate das insinuações contra PM
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, pediu hoje ao líder do PS que se retrate das insinuações de que a Spinumviva, que pertencia ao primeiro-ministro, era uma empresa de fachada.
"Nós já estamos naquela fase em que, depois de semanas de insinuações" contra o primeiro-ministro, essas suspeitas "foram e estão a ser desmontadas uma a uma e mostradas como falsas", pelo que "começa a ser o momento desses dirigentes políticos se retratarem das insinuações e suspeitas que lançaram", afirmou Leitão Amaro aos jornalistas à margem da conferência “Família, Imigração e Discriminação”, organizada pela Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF).
"Hoje sabemos que a palavra do primeiro-ministro era verdadeira e que as insinuações do líder do Partido Socialista eram falsas", acrescentou, recordando que "foi conhecida uma reportagem que demonstrou cabalmente e definitivamente que o líder da oposição faltou à verdade nas insinuações que fez quando dizia que o primeiro-ministro tinha tido uma empresa de fachada e sem atividade”, numa referência ao trabalho do jornal Observador, que pormenoriza a existência de trabalhos regulares da empresa, em particular ao grupo hoteleiro e de casinos Solverde.
“Nessa reportagem séria de um órgão de comunicação social com acesso a documentação, ficou demonstrado que sim, aquilo era uma empresa e uma empresa real, com atividade real, com colaboradores reais, a prestarem serviços que até não são especialmente caros para o mercado”, afirmou Leitão Amaro.
A crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias – incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, a crise política acabou com a queda do governo, após o chumbo de uma moção de confiança.
Leitão Amaro disse hoje que o facto de a empresa em causa ter uma avença com a Solverde não impediu que o atual governo atuasse contra os interesses do grupo, que tem discutido em tribunal, o valor a pagar durante a pandemia.
“Eu tomei uma decisão em setembro passado” de “mudar os advogados do Estado e tomar uma decisão de recurso”, depois de o “Estado, por decisões do Partido Socialista, ter sido condenado a pagar cerca de 18 milhões de euros à Solverde”, explicou.
“Neste Governo, somos todos independentes e o primeiro-ministro estabelece esse exemplo. É totalmente independente de quaisquer interesses particulares”, assegurou Leitão Amaro, considerando que “têm caído todas as insinuações feitas uma a uma” sobre a idoneidade de Luís Montenegro.
O ministro da Presidência insistiu que “quem fez e quem lançou suspeitas infundadas, perceba e se retrate das acusações e insinuações graves que fez”.
“Hoje sabemos que a palavra do primeiro-ministro era verdadeira e que as insinuações do líder da oposição do Partido Socialista eram falsas, mas o Primeiro-Ministro, no primeiro debate da moção de censura, disse quais é que eram os serviços do tipo de trabalho prestado e descreveu o tipo de clientes”, acrescentou ainda.