
Mundiais de atletismo começaram na China
Os Mundiais de atletismo de Nanjing, que hoje se iniciaram, confirmaram o cansaço das lançadoras portuguesas em prova, mas também a excelência da atual geração do meio-fundo luso.
Auriol Dongmo e Jessica Inchude, com efeito, estiveram longe da luta pelas medalhas no lançamento do peso, uma das duas finais do dia para o setor feminino - a outra foi o pentatlo. Para os homens, já se entregaram medalhas no salto em altura, triplo e 60 metros, aqui totalmente sem primeiros planos.
A época de inverno já vai extensa - este ano até entrou pela primavera - e a viagem das portuguesas até à China foi longa, o que explica em boa parte que tanto Auriol como Jessica tenham ficado aquém das suas metas.
Em final direta, de 16 atletas, passaram os primeiros "cuts" e chegaram aos últimos lançamentos, onde Jessica Inchude terminou no sexto lugar, com 18,71 metros, enquanto Auriol Dongmo fechou a prova em oitava, com a marca de 18,54. Ambas já tinham passado o patamar dos 19,00 metros, este ano.
Subiram ao pódio a canadiana Sarah Mitton (20,48), que revalidou o título mundial, a neerlandesa Jessica Schilder (20,07), campeã europeia há duas semanas, e a norte-americana Chase Jackson (20,06).
Nos 1.500 metros, Isaac Nader e Salomé Afonso, ambos medalhados nos Europeus indoor, mostraram a sua "garra" e avançam para as finais. Patrícia Silva, inscrita na mesma distância, optou por ir apenas aos 800 metros, onde triunfou numa das séries e segue para as meias-finais de sábado (marca de 2.04,40 minutos).
Salomé Afonso, vice-campeã da Europa, deixou de novo "boas sensações" ao garantir o apuramento no sprint em plena reta final. Na quarta posição à entrada da meta, a portuguesa surgiu em força e terminou no terceiro lugar, com a marca de 4.13.39, atrás da etíope Diribe Welteji (4.12,25) e da norte-americana Heather McLean (4.13,26).
Isaac Nader, também colocado na série mais forte, conseguiu igualmente o apuramento direto, terminando em segundo lugar, com a marca de 4.02,75, atrás do espanhol Mariano Garcia (4.02,68), antigo campeão do mundo.
No início da sua 'empreitada' de fim de semana, já que está inscrito em 1.500 metros e 3.000, o norueguês Jakob Ingebrigtsen venceu sem problemas a sua série, em 3.39,80. A tática foi a de sempre, para o recordista mundial: começar na cauda do grupo e acelerar bruscamente e em grande força a 200 metros do final.
A recordista indoor dos 1.500 metros, a etíope Gudaf Tsegay, também teve apuramento muito fácil, dominando a série, em 4.11,87.
Sem os grandes velocistas da atualidade, que 'vetaram' Nanjing, o galês Jeremiah Azu conseguiu o seu primeiro título mundial, em 6,49 segundos. Campeão continental há duas semanas e integrante da estafeta britânica de 4x100 que ficou com o bronze em Paris2024, pode ser uma surpresa no verão, nos Mundiais de Tóquio.
Na altura, o sul-coreano Sanghyeok Woo sagrou-se campeão com 2,31 metros, negando ao campeão olímpico, o neozelandês Hamish Kerr (segundo com 2,28), uma nova vitória mundial, depois de Glasgow2024.
Nunca o título mundial fora decidido com uma barra tão baixa, o que atesta bem a qualidade "desoladora" do concurso.
No pentatlo, a finlandesa Saga Vanninen triunfou, com 4.821 pontos, e no triplo salto o campeão é o italiano Andy Diaz Hernandez, com um ensaio de 17,80 metros, quase mais meio metro que a prata do chinês Yamingh Zhu, segundo com 17,33.
Os campeonatos prosseguem sábado, com o sueco Armand Duplantis, na vara, como grande figura do programa.