Da raiz e do espanto - Lavandarias de moralidade duvidosa
Temos a coragem de nos indignarmos quando nos dizem que se contam aos milhares as raparigas da desgraça cujos filhos nasceram no interior das paredes conventuais e que, se não morreram pelas péssimas circunstâncias dos partos, os deixariam de ver pouco tempo depois? Que fé nos assiste quando essa realidade aterradora foi protagonizada por outras mulheres que fizeram votos de oração a um Deus que fechou os olhos e que não se mostrou irado contra essas vozes que não admitem o erro?
São muitos os testemunhos e surpreendentes os resultados das investigações que envolvem os lugares em que, disfarçados pela oração e pela hipocrisia, foram praticados os mais aviltantes crimes contra as mães solteiras que ali eram acolhidas. Por exemplo, a 4 de Junho de 2014, a jornalista Patricia Tubella escrevia na edição brasileira do El País que o governo irlandês estava a ser pressionado para que fosse, então, aberta uma investigação oficial sobre «a suposta existência de uma fossa com os restos de quase 800 crianças – a maioria bebés – num antigo convento» que recebia e escravizava essas mães ainda meninas.
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