
Sérgio Conceição salienta “instinto” e “paixão”
A 2.ª edição do “Coimbra Football Congress” contou com uma conversa sobre “A construção de uma identidade de jogo”, onde Sérgio Conceição, atual treinador do AC Milan e natural da Ribeira de Frades (concelho de Coimbra), foi figura de destaque.
A sessão, que se realizou ontem no Auditório Rui de Alarcão, contou ainda com a presença de Pedro Henriques, fundador da Neyod Sports, empresa de agenciamento, a que se juntaram posteriormente Armando Evangelista, treinador e ex-jogador de futebol, o conimbricense João Pereira, treinador do Casa Pia, e Maria Magalhães, advogada ligada ao desporto, de forma a dinamizar a conversa.
O debate iniciou-se com uma discussão sobre a identidade de jogo depender do clube, das características dos jogadores e até mesmo do país. Sérgio Conceição contou que a identidade de um clube é algo importante, podendo ser um dos critérios para a contratação de certos jogadores.
Quando perguntado sobre as diferentes estratégias face a diferentes equipas, a resposta do treinador do Milan foi que para ele existe uma base que é inegociável, existindo aspetos que podem ser mudados consoante os jogos, seja antes ou durante as partidas. «Ouvir o instinto, analisar os jogadores, comunicação, aprendizagem contínua, atenção ao detalhe e o mais importante, a paixão» são os aspetos que o conimbricense considera importantes para alcançar o sucesso.
Numa questão sobre a dificuldade de impor uma identidade numa equipa com jogadores de várias nacionalidades, a resposta de Sérgio Conceição foi: «Todos jogam futebol que é uma linguagem universal». Apesar disso, o treinador tem noção que não é uma situação fácil, especialmente em clubes mais pequenos.
«Num determinado momento de jogo, toda a gente sabe o que está a fazer, mesmo quem não foi convocado». Para Sérgio Conceição, esta frase é parte da sua definição de equipa, justificando que «todas as posições são importantes», não havendo posições ou determinados jogadores para a sua identidade de jogo.
No debate ainda se falou da capacidade de adaptação de um treinador numa nova equipa, registando-se unanimidade. Os três treinadores no painel defendem que deve ser o treinador a adaptar-se aos seus jogadores e não o contrário.