
103 anos de história na proteção de pessoas e bens
São já 103 anos. Mais de um século "na linha da frente" no socorro e proteção de uma comunidade. Esta foi a mensagem transmitida nas comemorações do 103º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH), que se realizaram este domingo. O programa comemorativo começou, como é habitual, com as promoções, condecorações, desfile apeado e motorizado. Seguiu-se a sessão solene, onde não faltaram as críticas ao poder central.
Emídio Camacho, comandante da corporação, fez questão de enaltecer quem tem «servido a comunidade» ao longo dos anos. Dirigiu-se de modo particular aos bombeiros, escolinha e fanfarra que «são a alma desta casa». É com «espírito de sacrifício» que já se somam 103 anos e que se continua a «honrar esta associação». Na ocasião, o comandante reforçou a necessidade de assegurar «um plano de reequipamento, de financiamento e um plano estrutural de incentivo ao voluntariado».
«Gratidão, respeito e esperança» foram as palavras-chave proferidas por Maria José Freixinho para caracterizar o papel dos bombeiros. Para a presidente da Assembleia Geral da AHBVOH, os homens e mulheres que se dedicam 24 horas por dia ao longo dos 365 dias do ano são «uma âncora na sociedade». «Trabalham arduamente em prol dos outros e isso deve-nos inspirar», afirmou.
Foi o primeiro ato público do novo presidente de Federação Distrital, comandante Luís Sousa
Naquele que foi o seu primeiro ato público enquanto presidente da Federação Distrital de Bombeiros, Luís Sousa considerou que estas comemorações servem para «lembrar o passado, celebrar o presente e sonhar com o futuro». Na opinião daquele responsável, «os Bombeiros de Oliveira do Hospital têm sido um pilar fundamental na comunidade do concelho e do distrito pelo trabalho incansável no socorro à população». Destacou mesmo o «espírito altruísta» desta corporação em particular.
Para Carlos Luís Tavares, Comandante Sub-Regional de Coimbra, este foi «um dia especial para todos os oliveirenses que certamente têm muito orgulho nesta instituição». No entender do comandante distrital, o «crescimento desta associação é notável», também fruto da «excelência e rigor» da direção e do comando.
Críticas ao Estado
Um dia de festa mas durante o qual não faltaram as críticas ao Estado e, em particular, à Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra. A constatar que «os desafios são diários», mas que no entanto a corporação dá «uma resposta eficaz às inúmeras ocorrências», Arménio Tavares lamentou a «conduta» da ULS. Segundo o presidente da AHBVOH, a estrutura peca pelo pagamento tardio à corporação, devendo cerca de 200 mil euros à mesma, sendo que «mais de metade é referente ao ano de 2024». Por outro lado, não são essas questões que colocam em causa o bom desempenho desta "casa". O presidente avançou que as equipas profissionais foram «reforçadas», representando «um custo direto» à direção de 1.400 euros por fim de semana. «É um ato de cidadania», frisou Arménio Tavares.
A sublinhar que «é fundamental continuar a investir nas corporações», Luís Sousa lamentou o atraso no pagamento dos serviços por parte da ULS que «afeta a capacidade financeira» das Associações Humanitárias. De acordo com o presidente da Federação Distrital de Bombeiros, a entidade de saúde tem atualmente uma dívida de três milhões de euros com a região de Coimbra. Relativamente ao Estado, questionou como é possível um Orçamento de Estado ter alocado apenas 35 milhões de euros a 437 Associações. «Não sei que contas fazem», afirmou, dirigindo uma palavra de apreço às autarquias locais que vão «salvaguardando o apoio aos bombeiros».