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Mais de mil alunos manifestaram-se para pedir mais financiamento para o ensino superior

"Exigimos um ensino superior em que ninguém fique impedido de estudar por questões financeiras", assinalou Carlos Magalhães, presidente da AAC

Mais de mil estudantes de todo o país manifestaram-se hoje em Lisboa para pedir mais financiamento para o ensino superior e garantiram que irão continuar a lutar para que ninguém seja impedido de estudar.

"Exigimos um ensino superior em que ninguém fique impedido de estudar por questões financeiras", apelou o presidente da Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra, Carlos Magalhães, num discurso feito num palanque montado em frente ao parlamento.

A manifestação nacional juntou estudantes de instituições de ensino superior de várias zonas do país e durante duas horas percorreu várias ruas da capital, entre o Rossio e a Assembleia a República, num protesto por uma causa comum: a necessidade de reforçar as verbas para o ensino superior para que não sejam obrigados a abandonar os estudos por questões financeiras ou de saúde.

A principal bandeira da luta dos estudantes continua a ser “pôr fim aos custos de acesso e frequência no ensino superior”, resumiu Guilherme Vaz, presidente da direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, outra das entidades responsáveis pela manifestação de hoje.

Guilherme Vaz lembrou que cada vez mais jovens abandonam o ensino superior assim como continua a crescer a taxa de alunos com problemas de saúde mental, “que já é de 48%”. O estudante apontou o aumento do custo dos quartos, as propinas e a falta de psicólogos como alguns dos motivos para a revolta dos que hoje participaram “numa das maiores manifestações dos últimos anos”.

Entre eles estava José da Luz, aluno de arqueologia da Universidade de Coimbra, que viajou até Lisboa e carregou um caixão de papelão até ao largo da Assembleia da República: “O caixão representa a morte do ensino superior em Portugal provocada pelas decisões políticas dos sucessivos governos”.

Já Joana Rodrigues imaginou uma caixa multibanco gigante avariada que também hoje se passeou pelas ruas da capital. A estudante da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha contou à Lusa histórias de “amigos que por vezes têm de escolher entre comer uma refeição ou comprar material”.

O fim das propinas, à semelhança do que acontece no ensino básico e secundário, mais e melhores residências públicas, assim como mais bolsas de estudo são algumas das reivindicações que se voltaram a ouvir hoje, Dia Nacional do Estudante.

Na caminhada até ao parlamento, Guilherme Vaz disse à Lusa esperar que o Governo ouça os jovens que gritaram palavras de ordem como “Não Recuamos! Gratuidade Já!” ou “A propina é para acabar não é para aumentar”.

Quem esteve presente hoje na manifestação foram representantes do Bloco de Esquerda e do PCP, que prometeram continuar a lutar pelas suas reivindicações.

A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua saudou a importância da luta estudantil e defendeu que “Luis Montenegro está errado quando diz que o país está ótimo”: “Os estudantes estão aqui a dizer que o país não está otimo, porque há estudantes que não conseguem estar no ensino superior porque não conseguem pagar as propinas” ou o alojamento. A deputada alertou ainda que há famílias que “custa cada vez mais ter um filho a estudar no ensino superior”, prometendo que o BE vai continuar “todos os anos a trazer ao parlamento e ao país a proposta de acabar com as propinas no país”.

Também presente na manifestação nacional, o líder do PCP Paulo Raimundo defendeu a necessidade de travar o aumento dos custos para estudar, garantindo “estar a lutar para que os problemas dos estudantes mais facilmente se resolvam”.

“Nem congelada nem derretida, queremos o fim da propina!” é uma das mensagens dos estudantes de artes das Caldas da Rainha, que gritaram palavras de ordem e empunharam cravos vermelhos.

O protesto foi organizado por várias associações de estudantes de artes das Caldas da Rainha, Porto e Lisboa, assim como associações de estudantes de outras áreas de estudo.

Março 24, 2025 . 18:20

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