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Arguido diz que agrediu idoso durante assalto a uma casa no Porto “por aflição”

Segundo o MP, os três arguidos engendraram um plano para assaltar a casa do casal de idosos. Julgamento continua dia 31 de março.

Um dos três arguidos acusados de roubar um casal de idosos, no Porto, admitiu hoje ter dado um soco no homem “por aflição” e que não o socorreu porque “o intuito era roubar” o que estava no cofre.

A testemunhar perante o coletivo de juízes, esta tarde, no Tribunal de São João Novo, no Porto, naquela que foi a segunda sessão deste julgamento, o arguido, Tiago, começou por admitir os factos e por pedir desculpa ao homem, de 87 anos, que agrediu e que ficou ferido “com gravidade”.

Segundo defende o Ministério Público (MP), “em conjugação de esforços e vontade”, os três arguidos engendraram um plano para assaltar a casa do casal de idosos [no concelho do Porto] para o qual uma das arguidas, Madalena, tinha trabalhado durante alguns meses, fazendo uso de uma cópia da chave da habitação que aquela teria feito antes de ser despedida.

Os três estão acusados de um crime de roubo agravado em coautoria, sendo que a mulher está também acusada de furto, e os dois arguidos, de 24 e 21 anos, que respondem ao julgamento em prisão preventiva, estão ainda acusados de abuso de cartão de garantia.

A acusação refere que, no dia 11 de março de 2024, os dois homens, Tiago e Gilberto, “fazendo uso das chaves de acesso ao prédio e à respetiva habitação, entrariam na residência (…) para daí subtraírem o dinheiro e bens de valor que conseguissem transportar consigo, ainda que para concretizarem os seus intentos os arguidos tivessem que usar de violência para com os residentes nesse local”.

“Ela veio ter comigo e falou-me de uma quantia elevada, 20 mil euros mais umas peças. Eu andava com más influências e a precisar de dinheiro, aceitei, (…) depois contactei o Gilberto”, explicou aquele arguido.

 E continuou: “Expliquei que íamos a casa dum casal de idosos e o que íamos fazer, ele [o outro arguido] disse que sim e fomos. A Madalena ficou na rua para não ser reconhecida”, disse, contrariando o testemunho de Gilberto que afirmou, na primeira sessão, que “não sabia ao que ia”.

No entanto, na sessão desta tarde, Gilberto mudou a versão dos factos: “Eu disse que não sabia ao que ia porque estava nervoso, mas na verdade eu sabia que ia roubar e foi tudo planeado pelos dois”.

Segundo admitiu Tiago, o grupo pensou que seria “coisa fácil”, mas que todos admitiram a possibilidade de ter que ameaçar os idosos: “Nós os dois entramos e quando o senhor deu por nós eu agarrei-o e empurrei-o para um quarto. O senhor começou a gritar e eu, por aflição, dei-lhe um soco. Ele caiu, bateu com a cabeça e perdeu os sentidos”.

“Eu vi que ele tinha pulsação, fiquei mais aliviado (…) mas não o socorri porque o intuito era roubar o conteúdo do cofre (…), depois fui procurar as chaves e parei quando o Gilberto disse que tinha encontrado dinheiro”, relatou.

Confrontado com a versão de Gilberto, que afirmou que Tiago tinha dado “vários socos” ao idoso, este disse que tal era “impossível”: “O que mais me arrependo é daquele soco”.

Tiago admitiu ainda que usou um dos cartões encontrados na casa para comprar tabaco e o jantar numa churrasqueira, mas garantiu não se lembrar com quem os cartões ficaram, contrariando a versão de Gilberto e de Madalena que afirmaram que os cartões tinham ficado com este arguido.

 A testemunhar, também esta tarde, a vítima disse que levou “uma tareia tamanha” que o fez passar “um mau bocado”, explicando que não se recorda bem do que se passou.

“Eu só sei que levei a porrada e fiquei sem sentidos. Não foi só um soco, nem pensar nisso”, disse, apontando que antes de perder os sentidos viu que enquanto um dos arguidos o agrediu, o outro assistiu.

Segundo a acusação, o idoso necessitou de receber assistência médica “por sofrer trauma na região do maciço facial, sangramento na cavidade oral, hemorragia subdural com laceração da língua, onde ficou internado durante dois dias em que foi sujeito a diversos tratamentos, exames médicos, medicação, sutura hemostática, vigilância, observação e avaliação em neurocirurgia, otorrinolaringologia, neurologia, cirurgia maxilofacial e estomatologia”.

Março 27, 2025 . 18:03

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