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“Super-herói” Camões prova que cultura não “morreu” para jovens

Celebrações dos 500 anos do nascimento de Camões levam uma mostra de arte plástica à Biblioteca Municipal de Coimbra, criada por alunos do ensino básico e secundário

Foram cerca de 200 alunos que participaram nesta homenagem a Camões, exposta agora na Biblioteca Municipal de Coimbra. Os seis agrupamentos escolares e cinco escolas não agrupadas, que formam um total de 35 bibliotecas escolares, transformaram a obra camoniana em vários tipos de arte renovada, desde esculturas a colagens, passando pelo desenho e pintura.

Esta foi uma prova de que a «cultura não abandonou os jovens», como fez questão de referir Francisco Queirós, vereador da Câmara Municipal de Coimbra para as Bibliotecas e Arquivos. Para além da expressão através das artes plásticas, alguns alunos deram vida a alguns poemas de Camões durante a apresentação, e outros aceitaram o desafio de “inventar” um poema de raiz de forma a honrar a memória do poeta.

«Esta exposição só é possível graças aos nossos alunos e aos diversos professores e bibliotecários», afirma o vereador, não deixando de lado toda a criatividade dos jovens.

«Estes professores bibliotecários são uma das primeiras “rodas dentadas” que fazem tudo o resto mexer», defendeu Helena Duque, coordenadora interconcelhia do programa de Rede de Bibliotecas Escolares. Segundo Helena, a colaboração entre as escolas é importante no nível intermédio do ensino e da «ligação» entre escolas, o que ajuda no crescimento de todas as instituições e dá oportunidade a que mais iniciativas do género se tornem uma realidade.

«Esta exposição surge, claro, da celebração dos 500 anos do nascimento de Camões, mas também para provar que é possível falar sobre Camões nas escolas, desde os mais pequeninos até aos mais velhos», refere a coordenadora.

Interesse pela cultura continua vivo, mesmo nos jovens, como esta exposição da lírica camoniana prova

«Afinal eles leem Camões»

Uma das “barreiras” quebradas com este desafio foi a de que é difícil ensinar e mostrar Camões aos jovens, principalmente quando é associado a temas “polémicos” e a um grau de ensino mais avançado. Dentro desta “nova realidade”, o poeta foi chamado de «super-herói português», um termo que, para alguns, pode não ter sido o mais adequado.

«Acredito que o estilo de vida que Camões levava, boémio e descontraído, o impediria de ser considerado um “herói”, inclusive acredito que o próprio não ficaria feliz com essa denominação», defende Francisco Queirós.

Dina de Sousa, chefe de divisão da Biblioteca Municipal de Coimbra, enaltece a importância da lírica camoniana nas escolas e no ensino dos jovens, não só pela sua qualidade, mas pela análise de temas fraturantes. «A sua essência, a sua riqueza e a sua história mostram que ele sempre foi um heróis dentro da literatura portuguesa. Isto pelas suas fraquezas, pelas suas angústias e, principalmente, pelo seu valor». Relembrar todos estes aspetos da sua vida, incluindo a sua tendência boémia, é reconhecer o valor identitário de Camões para a cultura e vida portuguesa.

Até dia 13 de junho deste ano, a exposição “Camões, 500 anos depois! Mostrar e (Re)Criar Camões” estará disponível para visita na Biblioteca Municipal de Coimbra, das 9h00 às 19h30 de segunda a sexta-feira e das 13h30 até às 19h30 nos sábados.

Março 27, 2025 . 08:00

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