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Escola de terapias e reabilitação instala-se no Rovisco Pais

Um novo paradigma ganha forma na antiga leprosaria, fruto de uma parceria entre a ULS Coimbra, o Instituto Politécnico e o Município de Cantanhede

O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais , considerado uma «referência de excelência a nível nacional e internacional», tem um novo desafio: formar mais e novos técnicos, especialistas na área da reabilitação e promover a investigação. Um desígnio assumido pelo Hospital-Escola de Reabilitação, que ontem deu os primeiros passos, com a assinatura do respetivo memorando de entendimento, pelas três entidades parceiras.

Em causa está um projeto que junta a Câmara Municipal de Cantanhede, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra e o Instituto Politécnico e Coimbra (IPC) e que pretende criar no espaço da antiga leprosaria da Tocha uma verdadeira “extensão” da Escola Superior de Tecnologias de Saúde (ESTeSC) que deverá estar a funcionar em “velocidade cruzeiro” em 2030.

Entusiasmado, o presidente da escola apresentou o projeto, que já deu o “pontapé de saída” em janeiro, com a entrada em funcionamento da pós-graduação em Integração Sensorial. «A adesão foi tão grande que obrigou a criar duas turmas», disse Paulo Graciano, à margem da cerimónia. Uma formação que conta com a colaboração de uma instituição americana, «com competência certificada», disse ainda, esclarecendo que se trata de uma oferta formativa orientada para problemas de autismo e neurológicos.

Formar mais e novos técnicos, especialistas na área da reabilitação e promover a investigação é objetivo

A primeira licenciatura no Hospital-Escola será Terapia Ocupacional, agora submetida à apreciação da Agência de Avaliação e Acreditação e prevista para entrar em funcionamento em 2026/2027, seguindo-se Terapia da Fala – que será submetida a apreciação em 2027, para arrancar no ano seguinte -, seguindo-se a licenciatura em Ortoprotesia (desenvolvimento de equipamentos), em 2028-2029, culminando com Fisioterapia, a funcionar atualmente na ESTeSC, e que Paulo Graciano quer que esteja, em 2030, instalada na Tocha.

O objetivo, esclareceu o presidente da ESTeSC, é «concentrar» no Rovisco Pais toda a formação na área da Terapia e Reabilitação, o que, nas suas contas, representa um universo de «500 alunos» no Hospital-Escola da Tocha, a juntar aos 1.500 que a escola possui em Coimbra. «Não temos condições em Coimbra para crescer com qualidade», assumiu, satisfeito com a «implantação de um estabelecimento de ensino superior» no concelho de Cantanhede, e o que isto representa, também, ao nível do «reforço da investigação».

Ideia já tinha sido analisada, mas não chegou a ser viabilizada

Jorge Conde, presidente do IPC lembrou que a ideia nasceu em 2008, mas ao contrário de Paulo Graciano, o então diretor recusou liminarmente a transferência do curso de Fisioterapia para a Tocha. «A ideia voltou em 2023», aquando da abertura do polo de Cantanhede do IPC, vocacionado para as Artes, com a pergunta da presidente da Câmara: «porque não trazer licenciaturas para o concelho?». A resposta está dada, com este Hospital-Escola que «vai oferecer uma formação em ambiente real», «com forte componente prática», reforçando o objetivo do IPC de ligação à comunidade e «motor de desenvolvimento» dos territórios.

Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal, destacou o «momento especial», que juntou no Rovisco Pais «todo o executivo municipal» bem como dois ministros – Ana Paula Martins, da Saúde, e Fernando Alexandre, da Educação, Ciência e Inovação, e reforçou o empenho do município em «assegurar a logística para acolher os meios técnicos e materiais» ao funcionamento do Hospital-Escola, bem como os necessários assistentes operacionais. A «oferta de residência» para acolher os estudantes é outro objetivo. Uma questão «complexa», afirmou, que poderá passar, esclareceu à margem da cerimónia, pela reabilitação de algumas das construções, as antigas residências, localizadas do outro lado da EN 109, que fazem parte dos 149 hectares do campus do Rovisco Pais. Um processo que a autarquia pretende candidatar ao PRR e que carece do parecer do IHRU.

Para Helena Teodósio, vive-se «o início de uma mudança do paradigma no Rovisco Pais» com a criação desta «Escola de terapias específica» e agradeceu o empenho do presidente do conselho de administração da ULS no projeto. O dia de ontem representou em seu entender, «mais um momento determinante para o desenvolvimento do concelho e reforço do crescimento da Tocha» e no Rovisco Pais «podem continuar a renascer opções», concluiu.

Março 29, 2025 . 06:00

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