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Fernando Guimarães recebe Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro

«Para mim ser homenageado tem um significado muito grande que não sei traduzir em palavras. Quero-o guardar só para mim», revela o escritor ao nosso jornal. Veja o seu discurso.

O Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro (FIC) 2024 foi atribuído ao tradutor literário e ensaísta Fernando Guimarães durante a cerimónia que decorreu ao longo desta tarde no Hotel Quinta das Lágrimas.

António Carlos Cortez, membro do júri da FIC afirmou «Fernando Guimarães vê hoje aqui em Coimbra ser-lhe entregue um Prémio de Consagração, um tributo atribuído por amigos seus de um júri do qual o próprio fez parte».

Durante a cerimónia, os membros do júri não deixaram de realçar que o escritor, vangloriado com inúmeros prémios ao longo do seu percurso, fez da sua escrita uma permanente viagem a outros "modos de mundos".

«É sem dúvida alguma um dos maiores poetas críticos da 2ª metade do século XX e deste primeiro quarto de século», realça António Carlos Cortez, assumindo que os seus livros, sejam de poesia ou ensaio estiveram sempre nas considerações da Fundação.

Fernando Guimarães 2
Assunção Júdice, presidente da Fundação Inês de Castro, António Carlos Cortez, membro do júri e José Carlos Seabra Pereira, presidente do Júri e membro de Conselho executivo da Fundação Inês de Castro

António Carlos Cortez realçou ainda: «Estamos na presença de um autor que é hoje o poeta crítico que pode falar de todos os outros poetas críticos, porque os viu escrever, poesia e ensaio, e sobre eles pode dar testemunho do que significa uma poesia que se pensa a si mesma e pensa a poesia dos outros».

Ao nosso jornal, Fernando Guimarães disse em primeira mão que a distinção recebida é sobretudo uma «Homenagem à própria poesia. «É isso que transforma este encontro numa possibilidade de reencontrarmos essa palavra que é a palavra do poema, que vem desde o passado», reflete o escritor.

Fernando Guimarães revela que sempre se interessou pela leitura de poesia, seja inglesa, alemã, espanhola ou italiana e até a dos seus próprios «companheiros».

O autor publicou a sua primeira obra em 1956, 'Face Junto Ao Vento', numa primeira tentativa de encontrar a sua própria linguagem poética.

Acerca da poesia, o escritor sublinha: «A poesia tem de certo modo de envelhecer para encontrar o tempo. Costumo dizer que de facto o poeta não escreve só com a sua mão. Também escreve com muitas mãos que são precisamente esse encontro cultural em que a poesia ganha todo o seu sentido».

 

«Para mim ser homenageado tem um significado muito grande que não sei traduzir em palavras. Quero-o guardar só para mim», realça Fernando Guimarães.

Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de reconhecido valor, como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016), Rosa Oliveira (2017), Djaimilia Pereira de Almeida (2018), Andreia C. Faria (2019), Daniel Jonas (2021), António Lobo Antunes (2022) ou Rita Taborda Duarte (2023).

Na mesma cerimónia foi ainda distinguido Jorge Reis-Sá, vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, com a obra “Prado do Repouso”.

Leia a edição completa na edição de amanhã.

Março 29, 2025 . 20:30

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