
29 lampreias foram transportadas para montante da ponte-açude para preservar espécie
A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), em articulação com os 19 municípios, já iniciou a primeira ação de translocação de 29 lampreias para locais selecionados, na tentativa de conseguir levar ciclóstomos adultos para montante da ponte-açude, em Coimbra, e criar santuários para preservar as larvas desta espécie cada vez menos presente no rio Mondego. Esta iniciativa decorreu na passada sexta-feira à tarde no Parque de Merendas da Rebordosa (Penacova).

Para esse efeito, a CIM-RC concorreu a um programa europeu, intitulado DALIA, que trabalha a reabilitação de ecossistemas aquáticos, conseguindo um financiamento de fundos europeus e um orçamento de 100 mil euros, que será executado ao longo de dois anos, com início em 2025 e término em março de 2027, tendo como objetivo contrariar a perda de população de lampreia no Mondego, depois de 2024 ter sido o ano com o menor efetivo daquele ciclóstomo no rio, desde que há registos.
Este projeto (Life4Lamprey) tem como objetivo a recuperação da população de lampreia marinha no rio Mondego através da implementação de uma solução inovadora para a recuperação do ecossistema ribeirinho. Além disso, tem objetivos específicos tais como acelerar a recuperação da população de lampreias-do-mar através da translocação anual de 500 a 1000 lampreias adultas para locais selecionados a montante, identificação de pontos críticos larvares para proteção de habitats e avaliação de medidas de conservação – os chamados “santuários” -, envolvimento e sensibilização das partes interessadas em locais de conservação e elaboração de orientações para a gestão sustentável com políticas e legislação adaptáveis a outras bacias hidrográficas nacionais e internacionais.
"Com este projeto pretendemos contribuir para o repovoamento do rio Mondego da população de lampreias. Como já foi dito, é um problema que se tem vindo a adensar"
«Vamos testar, validar, envolver a academia ao processo, a comunidade, os pescadores, o ICNF, a APA e as forças de segurança, que têm um papel muito importante. Ou seja, queremos que todos se sintam comprometidos com este processo», sublinhou o secretário executivo da CIM-RC, Jorge Brito.
«O ciclo de vida das lampreias é de sete anos, portanto, não podemos estalar os dedos e já está, vamos lá fazer um festival, referido-se ao Capítulo da Lampreia, em grande para o próximo ano. Temos que ter paciência e mais vale a pena esperar e fazer as coisas bem feitas com este conjunto de medidas e sugestões que vamos adotar do que entrar por um caminho fácil que não nos leva a lado nenhum», frisou Álvaro Coimbra, presidente da Câmara de Penacova.