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Mulher encontrada ao fim de cinco dias perdida graças a alerta do seu cão

Olímpia Romão, de 63 anos, estava desaparecida desde quarta-feira e foi encontrada ontem com vida, numa zona de cultivo em Bobadela, Oliveira do Hospital

Deitada junto a umas silvas, em hipotermia, bastante fraca e algo desorientada, mas a responder pelo nome. Assim foi encontrada ontem à tarde a mulher desaparecida desde quarta-feira em Oliveira do Hospital. Olímpia Romão, de 63 anos, terá saído de casa, na localidade de Vendas de Gavinhos, ainda de madrugada, acompanhada de “King”, um cão de raça Bulldog Francês. Apesar do dispositivo de bombeiros, Proteção Civil e GNR, com meios apeados e equipas cinotécnicas, até ao início da tarde de ontem não existiam quaisquer pistas sobre o seu paradeiro.

Foi a presença de “King” junto à estrada, pelas 15h15 de ontem na Bobadela, que alertou Inês Marques, voluntária na corporação de Oliveira do Hospital que seguia em direção à cidade. «Vivo na Bobadela e ia às compras com a minha mãe a Oliveira, quando reconheci o cão. Encostei logo o carro e avisei o quartel. Depois fui atrás dele e ainda andei uns bons metros, cerca de um quilómetro, até encontrar a senhora, num terreno nas traseiras de um aviário, junto a uma silveira», contou ao nosso jornal a jovem bombeira.

Olímpia Romão, de 63 anos, diabética, «estava deitada, sem forças, falava pouco e muito baixinho, desorientada, mas soube dizer o seu nome», revelou Inês Marques, que trabalha num centro de dia da Cáritas de Coimbra, em S. Paio.

“King”, que subiu até à estrada para “dar sinal”, foi sem dúvida determinante para que a senhora fosse encontrada. A bombeira acredita que, ao longo dos cinco dias, Olímpia Romão tenha deambulado por várias zonas e terrenos e que o animal tenha permanecido sempre na sua companhia.

Olímpia Romão «tinha a glicémia bastante alta, a 178, o que leva a crer que possa ter comido alguma fruta, por exemplo», diz-nos Inês, acrescentando que a senhora se encontrava «descalça e com mãos e pernas arranhadas». «Terá andado sempre a pé e ficado desorientada», admite. «Podia estar ali há um dia, talvez, porque tinha feito um cantinho debaixo de silveira», contou a jovem bombeira ao nosso jornal.

Os bombeiros de Oliveira do Hospital, bem como a GNR e restantes envolvidos nas buscas já teriam, inclusive, “varrido” aquelas paragens. Nuno Tavares Pereira, que tinha estado a ajudar nas buscas com o seu drone e já “sobrevoado” aqueles terrenos, captou também ontem as imagens do resgate de Olímpia Romão, feito pelos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, com três viaturas e oito elementos, com apoio da GNR.

Segundo João Paulo Rocha, adjunto do comando dos bombeiros, a mulher foi transportada aos Hospitais da Universidade de Coimbra com «hipotermia e ferimentos considerados ligeiros».

Inês Marques, de 25 anos, entrou para a “escolinha” dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital com apenas 12 anos e tem sido voluntária todos estes anos. Ontem não se encontrava “ao serviço” mas cumpriu a sua missão. «Encontrar a senhora com vida, ao fim de tantos dias» foi, assumiu, «muito gratificante» e algo que «dificilmente» vai esquecer.

Recorde-se que a família de Olímpia Romão, residente em Vendas de Gavinhos, deu o alerta do seu desaparecimento na quarta-feira, colocando também apelos nas redes sociais, e que as buscas, lideradas pela GNR, foram mais intensas nos dois primeiros dias, com meios humanos e equipas cinotécnicas no terreno, palmilhando a zona rural e efetuando contactos com populares que pudessem ter alguma informação sobre o seu paradeiro.

“King”, que subiu até à estrada para “dar sinal”, foi determinante para que a dona, Olímpia Romão, fosse encontrada

Novembro 4, 2024 . 07:30

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