Magusto e recolha de bens cumprem missão da CASA

O Centro de Apoio ao Sem-Abrigo (CASA) organizou ontem, ao final da tarde, um magusto solidário que teve como objetivo juntar os utentes da instituição num momento de «convívio entre eles, mas também com os voluntários», explicou Helena Igreja, coordenadora da CASA Coimbra, em conversa com o Diário de Coimbra. Castanhas assadas, pernil na brasa, caldo verde e algumas bebidas fizeram parte do lanche oferecido às pessoas que normalmente usufruem da ajuda desta instituição de solidariedade social. De portas abertas para receber a iniciativa, o Clube Real da Conchada acolheu ontem até ao final da noite dezenas de pessoas em situação de vulnerabilidade para que pudessem deliciar-se com algumas castanhas assadas, sandes de pernil assado e poder usufruir de um momento de convívio.
«Esta é uma forma de eles poderem sentar-se à mesa, poderem aproveitar de uma refeição quente num espaço com condições dignas», adiantou a diretora técnica, salientando a importância de promover momentos de partilha, convívio e de entreajuda. Habitualmente, esta instituição de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo distribui todos os domingos cerca de 90 refeições quentes, mas o número já foi superior.
«Já servimos mais refeições, contudo, temos tentado cada vez mais oferecer cabazes alimentares a quem tem condições nas suas habitações para confecionar as refeições», realçou Helena Igreja. «As pessoas ganham mais autonomia e competências para que não estejam sempre a necessitar das nossas refeições e tentamos incutir-lhes a responsabilidade de confecionarem as suas refeições», afirmou, acrescentando que a entrega de cabazes é realizada principalmente junto de famílias.

Para além do magusto, o Centro de Apoio ao Sem-Abrigo dinamizou ao longo deste fim de semana uma recolha de bens alimentares junto de estabelecimentos comerciais a fim de angariar bens para continuarem a entregar cabazes. Para esta recolha o CASA contou com um apoio de estudantes voluntários da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, do Instituto Superior Miguel Torga e da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
«Foram uma enorme ajuda porque precisávamos de voluntários para a recolha, mas também para o armazenamento dos bens, organização do armazém e ainda a distribuição dos bens mais frescos que têm que ser logo distribuídos pelas famílias que apoiamos», explicou. Ao elogiar o papel dos voluntários das várias instituições de ensino superior de Coimbra, apelou para que mais jovens se juntem ao CASA «nem que seja apenas num dia» para que possam acompanhar o trabalho de apoio social. «O que é ser um cidadão ativo? É ser voluntário, é colaborar», realçou, acrescentando que, muitas vezes, os próprios utentes também são voluntários nestas recolhas de bens alimentares, «eles também dão a cara por esta missão de ajudar o próximo».
Tanto na recolha, como na realização do magusto houve cerca de 30 voluntários envolvidos.