Vítor Sereno promete reformar “secretas”
O embaixador Vítor Sereno, indigitado para secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), prometeu hoje reformar as secretas, para adaptá-las aos novos desafios tecnológicos e geopolíticos, mas pediu mais meios financeiros e humanos para o conseguir fazer.
Numa audição conjunta nas comissões parlamentares de Defesa e de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o conimbricense Vítor Sereno - nomeado por Luís Montenegro para secretário-geral do SIRP - afirmou que é “um reformador” e pretende reformar as 'secretas', “salvaguardando o respeito pelo primado da lei, pela Constituição e pelos direitos fundamentais”.
“Comprometo-me a transformar o SIRP numa estrutura moderna, eficaz e íntegra, à altura dos desafios globais do século XXI e das expectativas dos portugueses”, garantiu, manifestando-se convicto de que “há muito a fazer” no Serviço de Informações de Segurança (SIS) e no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED). “E eu vou, caso seja nomeado, meter sem dúvidas mãos à obra e, para meter mãos à obra, eu vou precisar do apoio desta casa, que é a casa da democracia”, referiu.
Vítor Sereno ressalvou contudo que, para conseguir “enfrentar os desafios do século XXI”, é preciso “dotar o sistema de informações e os seus serviços das condições financeiras e humanas”. “Vivemos num tempo em que as ameaças transnacionais evoluem rapidamente e a sobrevivência face aos nossos inimigos, bem como o respeito contínuo dos nossos aliados, depende de uma aposta robusta na modernização tecnológica e na valorização do talento humano”, disse.
Vítor Sereno, de 53 anos, natural de Coimbra, foi recentemente indigitado pelo primeiro-ministro para o exercício de funções como secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa. Licenciado em Direito (área jurídico-económica) pela Universidade de Coimbra e mestre em "Business Communication" pelo ISCEM, iniciou a carreira como advogado e consultor fiscal e é diplomata de carreira desde 1997 e, desde 2013, chefe de Missão, tendo sido embaixador de Portugal no Japão desde março de 2022. Foi ainda embaixador de Portugal no Senegal e não residente na Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Gâmbia, Burquina Faso, Libéria e Serra Leoa (2018-2022), para além de ter sido Cônsul-Geral de Portugal em Macau, Estugarda e Roterdão, entre outras funções.