Foguetão "descola" a partir de hoje para aventuras à volta da economia circular no Exploratório
A partir das 14h30 de hoje, os mais pequenos que passarem pelo UC Exploratório terão mais um espaço para brincar e descobrir. No exterior do Centro de Ciência Viva de Coimbra está instalado um divertido foguetão, prontinho a descolar para grandes aventuras em torno de temas como a economia circular ou as energias renováveis e alternativas... e onde vai ser possível fazer pizzas e bolachinhas.
Só isto, o facto de haver um foguetão no Exploratório, será, certamente, motivo de curiosidade, para “miúdos e graúdos”. No entanto, talvez seja ainda mais curioso perceber que aquela colorida e divertida estrutura tem já uma longa história para contar.
Quem a vai contar é precisamente José Jordão, o seu “inventor”. O proprietário da empresa AJ & Filhos, na Batalha, é, desde criança, um grande apaixonado pelas «coisas do Espaço e da ficção científica». Por isso, sempre que olhava para o balão de betoneira que o pai tinha misturado entre o ferro velho da empresa de que era dono, via ali um potencial foguetão. Logo ele, que sonhava «voar para o espaço».
A ideia e o projeto foram crescendo e amadurecendo na sua cabeça e, aos 16 ou 17 anos, decidiu colocar mãos à obra. O seu foguetão foi sempre um projeto retomado e interrompido ao longo dos últimos 35 anos. De vez em quando, lá via uma peça que poderia adaptar-se e lembrava-se da estrutura. Outras vezes, deixava-o de lado. Até porque José Jordão, com personalidade de “engenhocas”, foi criando outros projetos, como uma réplica do radar do Aeroporto de Lisboa ou um misturador de farinha para os animais, a partir de uma máquina de lavar.
Entretanto, o foguetão ia oscilando entre estar «num canto» ou se protagonista de alguns momentos especiais, como o desfile Carnaval da Batalha ou a festa de final de ano de uma escola. Esteve mesmo prestes a fazer parte da rodagem de um filme francês...
Recentemente, o famoso foguetão foi descoberto por Paulo Trincão, diretor do UC Exploratório, em visita feita à AJ & Filhos, “misturado” entre outros objetos no parque exterior da empresa e depressa percebeu que este poderia fazer outros, e grandes, voos no Centro Ciência Viva de Coimbra. Faltava convencer José Jordão, o dono da empresa e o construtor do foguetão... e não foi difícil.
«Entusiasmou-me saber que seria usado por crianças», confirma o seu “inventor” que, 35 anos depois, decidiu concluir a sua “invenção” e entregar, prontinho, ao Exploratório, um foguetão que, além do balão de betoneira, é resultado do aproveitamento de muitos outros materiais, como tubos de andaimes, partes de uma máquina militar, mobiliário de escritório, bicicletas antigas, cadeiras e estatuária industrial e, ainda, «fulcrais», partes de um avião jato... O desafio é, agora, os futuros astronautas, exploradores deste foguetão tão especial, descobrirem onde estão estas peças na estrutura que, depois de quatro intensivos meses de trabalho de José Jordão, está pronta a descolar em divertidas aventuras científicas.
Isto mesmo confirma, ao Diário de Coimbra Paulo Trincão, convencido que o foguetão e o «exemplo» de José Jordão vão «fascinar» as crianças e inspirá-las a «pegarem em coisas que aparentemente já não têm muita utilidade ou utilizarem o seu tempo sem estarem ligados aos telemóveis e a criarem e construirem coisas bonitas», afirmou. «São esses jovens que queremos formar», disse.
«O foguetão lamentavelmente não vai voar, o que vai voar é a imaginação das crianças», garante o diretor do UC Exploratório.
Forno abre as portas hoje para pizzas e bolachas, feitas pelos próprios exploradores
O foguetão já está "estacionado" no Parque Verde. A apresentação do novo espaço de descoberta do UC Exploratório será às 14h30 de hoje, numa sessão onde serão explicadas as atividades que ali serão desenvolvidas. Há muito mistério à volta deste foguetão, mas o que o Diário de Coimbra descobriu é que vai ser possível fazer... bolachinhas e até pizza.
É que para lá da porta do foguetão está um pequeno forno onde, como explica Paulo Trincão, «as crianças poderão fazer bolachas, apanhar o cogumelos e as ervas que produzimos e transformá-los numa pizza, num bolo ou numa bolacha». No fundo, será uma forma de aprender sobre o conceito de economia circular. «São propostas como estas que ajudam as crianças a dependerem muito mais da sua imaginação e de criação e a não perderem a sua capacidade de serem crianças», rematou