Integrar continua a aquecer Coimbra e a "desassossegar consciências"

A Associação Integrar lançou, esta noite, mais uma edição - a 15.ª - da iniciativa Vamos Aquecer Coimbra, que visa recolher cobertores, agasalhos, cevada, leite, açúcar e copos de papel para distribuir à população sem-abrigo durante os giros de rua, realizados pelos voluntários da instituição. A campanha decorre até 28 de fevereiro e são diversos os pontos de recolha, desde espaços da associação até espaços de parceiros que associam à causa.

No "pontapé de saída" de mais uma edição da angariação de bens, Jorge Alves, presidente da direção da Integrar, destacou que a solidariedade não deve acontecer apenas nesta época de Natal, mas ao longo de todo o ano, uma vez que as necessidades são crescentes. «A pobreza extrema há de existir sempre», reforçou, dizendo que o objetivo é superar os números da edição anterior.

No total, na edição do ano passado, foram angariados  7.647 bens, entre 266 cobertores, 2.978 agasalhos, 728 embalagens de leite, 95 de cevada, 429 maços de guardanapos, 3.027 copos e 124 embalagens de açúcar.

Jorge Alves apresentou também o projeto "Viver na Rua, em Coimbra", a desenvolver ao longo de 2025. Com os objetivos de sensibilizar a opinião pública para as condições de vida de quem vive na rua, contribuir para o conhecimento da razão de se viver na rua, promover a discussão sobre a pobreza extrema e «agitar consciência», o projeto vai consistir na organização de uma exposição de fotografia, que deverá ser inaugurada em março no Coimbra Shopping.

«Vamos mostrar os sítios onde se vive na rua em Coimbra», frisou Jorge Alves, destacando que o "rosto" da exposição é o coreto do Parque Manuel Braga.

No âmbito do mesmo projeto, vai ser lançado o livro "Histórias de vida na rua", de Ana Isabel Fonseca. «A pobreza existe, gostemos ou não gostemos», acrescentou Jorge Alves, que voltou a criticar a decisão política que obrigou a Integrar a terminar um projeto de alojamento para pessoas sem-abrigo, porque exigia apenas T0 e T1 como opção.

Na altura, recordou, a associação realojou e reencaminhou os 15 utentes ao abrigo deste programa.