Fábrica para produção da aeronave portuguesa custará mais de 30 ME
A fábrica para a produção da primeira aeronave totalmente desenvolvida e industrializada em Portugal, em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, vai contar com um investimento superior a 30 milhões de euros, foi hoje divulgado.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Ponte de Sor, Hugo Hilário, explicou que este investimento de 30 milhões de euros no aeródromo municipal daquela cidade está inserido na agenda mobilizadora Aero.Next, que conta com uma dotação financeira superior a 75 milhões de euros.
O autarca falava à margem da cerimónia de escritura do direito de superfície do terreno no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, espaço escolhido para a industrialização e produção da aeronave regional ligeira LUS222.
Fonte da autarquia indicou à Lusa que a área total da fábrica deverá “rondar os 35.000 metros quadrados”, enquanto a área coberta vai ser de “18.000 metros quadrados”.
A escritura do direito de superfície para a construção da fábrica para produzir a aeronave foi efetuada entre esta câmara alentejana e a EEA Aircraft, empresa líder do consórcio responsável pelo desenvolvimento da agenda mobilizadora Aero.Next Portugal onde está inserido a aeronave LUS222.
No decorrer da cerimónia, Frederico Aguiar Branco, membro da Aero.Next, explicou que aeronave vai ser produzida em série “a partir de 2028”, tendo a fábrica uma “capacidade de produção de 12 aeronaves por ano”.
A aeronave regional ligeira vai ser dotada de “19 lugares”, vai possuir “2.000 quilos de carga” e “2.000 quilómetros de alcance”.
No decorrer da cerimónia, o presidente da Câmara de Ponte de Sor explicou que LUS222 é um projeto de “afirmação” da aeronáutica e um “passo para o futuro” do concelho, uma vez que o projeto deverá criar “mais duas ou três centenas de postos de trabalho”, num aeródromo que já conta com "cerca de 600 trabalhadores", afetos a 14 empresas.
O presidente do Conselho de Administração da EEA Aircraft, Miguel Braga, manifestou-se também bastante satisfeito com mais um passo para a concretização do projeto, sublinhando na sua intervenção que o setor de engenharia para a criação da aeronave está a ser desenvolvido em Évora e conta com a colaboração de “mais de 100 engenheiros”.