Maior envolvimento dos cuidados primários aliviam urgências da ULS de Coimbra
Os serviços de cuidados primários da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra realizaram, nos últimos dois dias, mais de 800 consultas de doença aguda com diagnóstico de infeção respiratória, reduzindo a procura dos serviços de urgência.
“Isto dá bem nota do trabalho essencial que os cuidados de saúde primários podem ter em reduzir a procura dos serviços de urgência”, sublinhou o presidente do conselho de administração.
O responsável salientou que a “estratégia de promoção do programa Salve Vidas e também de um maior envolvimento dos serviços de cuidados primários tem permitido em muito melhorar a resposta que temos hoje em dia nos hospitais”.
Segundo Alexandre Lourenço, que hoje partilhou estes dados numa sessão da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, existiu uma redução de 40 minutos no tempo de atendimento, entre a triagem e a primeira observação médica, “o que dá bem nota da capacidade de organização e o impacto da implementação do Plano de Contingência”.
“Se compararmos com igual período do ano passado e particularmente com os dados da semana anterior, o acesso e a capacidade de resposta dos serviços de urgência tem sido muito mais célere, embora não seja ótima”, sustentou.
Apesar disso, a ULS de Coimbra está a registar, em média, 731 episódios de urgência diários, e ainda faltam algumas semanas para se atingir o pico da procura dos serviços de urgência por causa das infeções de Inverno, sobretudo respiratórias.
Para o período sazonal de Inverno, as respostas da ULS de Coimbra envolvem também os recém-criados Centros de Atendimento Clínico (CAC) e o serviço de atendimento complementar na cidade de Coimbra, que era o único concelho que não tinha atendimento ao fim de semana e tinha de recorrer às urgências hospitalares.
Neste momento, já funcionam CAC no Hospital de Cantanhede (distrito de Coimbra) e no Hospital do Avelar (Ansião, distrito de Leiria), atendendo os doentes referenciados pela linha SNS 24, que têm acesso a análises clínicas, eletrocardiograma e radiologia convencional (raio X).
Estes centros têm dois objetivos essenciais: tratar a doença aguda com a qualidade e excelência de qualquer ponto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e estar em proximidade com as populações, retirando utentes das urgências hospitalares.
“Esta multitude de respostas, com o apoio da linha SNS 24, permite realmente melhorar em muito a nossa capacidade de resposta, mas não invalida que a população continue muito ciente de uma utilização responsável dos serviços de saúde, de se proteger do frio e ainda, se possível, recorrer à vacinação”, disse Alexandre Lourenço.