InstruMensal recebe Chopin com guitarra de Coimbra
Alargar horizontes. Um dos motes do Festival InstruMensal é mostrar que existe espaço no panorama musical para quem faça arte sem precisar do canto. Através de espetáculos mensais com música apenas instrumental, a organização decidiu virar as atenções para o que «não tinha espaço na agenda». Esta “festa da música” começou em julho de 2024 e termina em junho de 2025, mas tem já mais duas edições programadas. A segunda, tem início em julho, não havendo uma «pausa alargada» após a última atuação da primeira experiência.
José Rebola, a voz dos Anaquim, com a ajuda da Associação Cultural Museu da Música de Coimbra (Mus.Mus.CBR) deu espaço a que vários artistas ganhassem um palco para projetos que, de outras formas, não teriam atenção. «Percebi, através de alguns dos meus pares, que era difícil expor certos projetos individuais por falta de local e pelo pensamento de “não haver público”. Este festival provou o contrário», indica. Os primeiros seis meses de espetáculos encheram várias casas e proporcionaram espetáculos únicos, que tentam atrair o mais diversificado público. «O foco para esta edição foram artistas ligados à cidade» explica, continuando, «temos a ambição de trazer músicos de mais cantos do país e, talvez, do mundo».
Hoje, às 17h00, no Conservatório de Música de Coimbra a proposta é para “De Chopin à Lapa”, de Nuno Botelho e Bruno Costa, que procura juntar as “Noturnas” de Chopin ao fado e sons da guitarra de Coimbra. Como ressalta Nuno Botelho, «é uma ambição com quase 20 anos e, felizmente, posso dizer que esperamos continuar». Em conversa com o Diário de Coimbra, o músico afirma que existe uma certa “felicidade” em ver o instrumental reconhecido.
«O meu pai ofereceu-me um CD da Maria João Pires e consegui sentir algumas ligações com a guitarra de Coimbra. O Bruno Costa aceitou este desafio e, juntos, repensámos as obras Noturnas de Chopin porque sentimos temas comuns com o fado. Agora temos a sorte de poder levar a guitarra clássica e a guitarra portuguesa, juntas neste projeto, a público». Nuno Botelho reflete ainda sobre a música instrumental como forma de «sentir sem barreiras, porque não é preciso entender uma língua para se sentir o bom ou o mau dos instrumentos», podendo «viver uma música universal». Tanto José Rebola como Nuno Botelho concordam que é necessário «fidelizar o público» para que estas iniciativas possam continuar, e a forte adesão e renovação do festival até 2027 são uma prova desta fidelização.
O festival tem o apoio da DGARTES e pode ser acompanhado nas suas redes sociais. Os bilhetes estão disponíveis no local e na Ticketline.