Era assim o sorteio
A viatura, lá em cima, limpa e sedutora, brilhava ao sol! Havia quem comprasse os bilhetes a conto de réis (às vezes a caderneta chegava aos cinco contos), ou ficava-se por frações avulsas, mais baratas, tudo para ajudar os ceguinhos. O sorteio, um ou duas vezes por ano, fiscalizado por um membro do Governo Civil e um parecer da Santa Casa, era rigoroso em cada extração.
A furgoneta, muitas vezes desengonçada, com um altifalante agarrado com cabos enrolados, apregoava, num som estridente e nem sempre audível, o sorteio da viatura (nova em folha) que era gritada, à guisa de choradeira, para que acontecesse, com êxito, a venda dos bilhetes que habilitariam os apostadores ao cobiçado automóvel. O panorama era pouco dignificante para o nobre objetivo, mas era a realidade de então.
Para continuar a ler este artigo
nosso assinante:
assinante: