![Sábados para a Infância no TCSB](https://www.diariocoimbra.pt/wp-content/uploads/2025/02/Conferencia-1.webp)
“Sábados para a Infância” trazem arte às crianças
As celebrações do décimo aniversário do projeto “Sábados para a Infância no Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB)” iniciaram-se no passado dia 1 de fevereiro, com a primeira de duas conferências de imprensa. A segunda ocorreu ontem e contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Francisco Veiga, e de várias caras conhecidas do projeto, como Ana Biscaia, Ricardo Kalash e Luís Pedro Madeira.
Em janeiro de 2015, A Escola da Noite criou o projeto “Sábados para a Infância no TCSB” com o objetivo de oferecer aos mais novos a oportunidade de contactar regularmente com diferentes formas de expressão artística. Na altura da sua criação, os artistas Ana Biscaia, Catarina Moura, Cláudia Sousa, Joana Monteiro, Leonor Barata, Luís Pedro Madeira e Vânia Couto juntaram-se para apoiar a iniciativa, continuando, na sua maioria, a fazer parte das atividades até hoje. Conta já com mais de 300 sessões e mais de 10 mil participantes, em uma década de espetáculos e oficinas em (quase) todas as áreas das artes, que proporcionam momentos destinados a várias faixas etárias (dos três meses à adolescência, inclusive atividades familiares e escolares).
Nos vários formatos de interação com o meio artístico, procura-se «estimular a relação das crianças com objetos artísticos», quer seja como espetadores ou criadores, promovendo a sua criatividade, o seu sentido estético e a sua expressividade. Através deste desenvolvimento perspetiva-se ainda fomentar o seu pensamento crítico sobre temas de relevância social, associando o mesmo à análise pessoal e cívica, incluindo, também, exercícios de fórum colaborativo.
Estudar os erros
Ricardo Kalash, ator e encenador, fala sobre a necessidade de «ouvir as crianças» para perceber onde melhorar e o que gostam. Simultaneamente, admite que é através das «falhas» que se consegue melhorar o projeto e chegar a mais pessoas. «Ser um bom artista não implica ser-se bom com crianças. É por essa razão que arranjamos sempre pessoas que saibam as duas partes», reflete, ainda, o ator.
Não especificando nenhum trabalho, admite que «a continuidade no tempo» é o mais marcante para si, sendo a maior “recompensa” ver que existe confiança dos pais e crianças que «mesmo sem marcação aparecem, porque sabem que aos sábados, àquela hora, estamos aqui a fazer alguma coisa».
Ana Biscaia, uma das artistas presentes desde o começo do projeto, fala da importância da liberdade criativa oferecida pela Escola da Noite que «nunca impôs projetos, sempre apoiou a nossa criatividade» o que significa «responsabilidade redobrada» para todos os que apresentam ideias.
Um dos membros do projeto Taleguinho, Luís Pedro Madeira, afirma que «os espaços de cultura são estruturas vazias» que precisam da arte e do público para os encher e fazer “brilhar”. «Temos a função de formar o espetador, em todos os aspetos. As crianças aprendem a estar na plateia e, por vezes, a “autocancelarem--se” para apreciarem as dinâmicas criadas com o público», comenta o músico.
De dia 8 de fevereiro a 23 de março de 2025, uma parte dos trabalhos realizados ao longo dos seus 10 anos estará exposto no Edifício Chiado, com entrada gratuita. Os horários são os seguintes: terça-feira a sexta-feira – 10h00-18h00; sábado e domingo – 10h00-13h00 e 14h00-18h00; segunda-feira – descanso.