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Tocam os sinos da Torre da Igreja de Castelo Viegas
Todos os domingos, no final da missa, tocam os sinos da torre da Igreja de Castelo Viegas, em toque festivo, numa espécie de rejúbilo coletivo pelo restauro levado a cabo em agosto e setembro do ano passado e que devolveu, em segurança, os quatro sinos para ecoar pela localidade, de hora a hora, o sino virado a nascente, e de meia em meia hora, o sino virado a poente.
Os quatro sinos da Igreja de Castelo Viegas foram restaurados e voltaram a ecoar pela aldeia
Tudo isto foi possível graças ao empenho e dedicação de alguns filhos da terra que, do alto dos seus mais de 70 anos, dedicam parte do seu tempo livre à igreja, não só no que diz respeito à vida da paróquia, mas também a zelar pelo património, com a preservação da arte sacra e da manutenção do edifício.
"A igreja precisa de uma manutenção constante, mas há alguns problemas que exigem uma solução quase imediata"
Em conversa com José Filipe Graça, secretário do Conselho Económico da Igreja de Castelo Viegas, o Diário de Coimbra ficou a conhecer os grandes problemas que afetam a Igreja Matriz que, apesar de ser classificada desde 2002 como Imóvel de Interesse Público, não tem beneficiado de muita atenção.
Exterior da igreja está bastante degradado e a necessitar de uma intervenção
José Filipe Graça explicou que «a igreja precisa de uma manutenção constante, mas há alguns problemas que exigem uma solução quase imediata». A edifício necessita de uma reabilitação total, com o exterior a apresentar-se muito degradado, tal como o telhado que já permite infiltrações para o interior do templo. Felizmente, explica José Filipe Graça, «conseguimos recuperar os sinos, executados em bronze campanil, graças à ajuda de um dos nossos conterrâneos, João Lucas da Costa que, de forma generosa, custeou toda a reparação que foi efetuada pela Fundição de Sinos de Braga – Serafim da Silva Jerónimo».
João Lucas da Costa foi quem custeou a reparação dos Sinos
E foi na presença de João Lucas da Costa e de Victor Nunes, o homem dos restauros de arte sacra, que subimos à torre da igreja para ver o resultado da reparação.
E enquanto esperamos pela hora certa para ouvir o novo toque, João Lucas da Costa explica que os «sinos tinham os suportes em madeira, isto é, os cabeçalhos, que estavam completamente degradados e já apresentavam um sério risco de ruir e causar alguma desgraça, até porque o movimento de vai-vem para acionar o toque era feito manualmente e por um dos nossos conterrâneos, também já com uma certa idade».
Os sinos estavam seguros numa base de madeira bastante degradada
«Foi a pensar no futuro», confessou João Lucas da Costa, «já há cada vez menos pessoas dispostas a assumirem estas missões, pelo que me dispus a ajudar». Por outro lado, acrescentou, «eu nasci neste aldeia com o toque dos sinos e quero morrer a ouvir os sinos».
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