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Figueira da Foz quer solução para barco inacabado encomendado por Timor-Leste
Pedro Santana Lopes exigiu hoje uma solução para o “ferry” encomendado em 2014 por Timor-Leste aos antigos estaleiros navais da Figueira da Foz, que se encontra inacabado e imobilizado naquelas instalações.
“Ou tiram ou recuperam o barco. Agora ficar ali para sucata não”, defendeu hoje o presidente da Câmara da Figueira da Foz, adiantando que está a efetuar diligências para resolver a situação, que não é “abonatória” para a cidade.
Na sessão de Câmara de hoje, o autarca revelou que já efetuou contactos junto dos ministros da Economia e dos Negócios Estrangeiros para que haja uma solução.
Segundo Santana Lopes, que reconheceu tratar-se de um processo complexo, o Governo assumiu o assunto, embora ainda não saiba o que vai fazer “porque ainda não tem os dados todos”.
A construção do navio, que chegou a ter uma inauguração em 2017, está parada há vários anos nos antigos estaleiros navais, na margem esquerda do rio Mondego, administrado pela empresa Atlantic Eagle Ship Building.
Devido a dificuldades financeiras e dívidas a credores, a que se juntaram os estragos no estaleiro provocados pelo furacão Leslie, a empresa submeteu-se a um Processo Especial de Revitalização, aprovado em tribunal em 2020, passando a ser detida a 100% por capitais públicos timorenses, que adquiriram 95% da empresa.
A embarcação de 73 metros de comprimento e 12 de largura, foi projetada para poder transportar quase 400 passageiros e 26 veículos ligeiros, com um orçamento inicial [em 2014] de 13,3 milhões de euros.
O ‘ferry’ Haksolok devia ligar a capital timorense (Díli), a ilha de Ataúro e o enclave de Oecusse, no oeste do país, na altura gerido por Mari Alkatiri.