UC pede aos estudantes para cuidarem da praxe
O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, pediu hoje "encarecidamente" aos estudantes para cuidarem da praxe, para que não se percam tradições que são distintivas deste estabelecimento de ensino superior.
“Se não houver a capacidade de praxar sem que isso signifique atropelos aos mais básicos direitos humanos e valores humanísticos, então não se admirem que um dia esses comportamentos desviantes acabem com a praxe, pagando o justo pelo pecador”, alertou.
Na cerimónia de abertura solene das aulas de 2024/25, Amílcar Falcão admitiu que lhe chegaram relatos, por fontes oficiais, que configuram “situações inaceitáveis” relacionadas com intolerância e discriminação.
“É certo que não aconteceu dentro das instalações da UC, coisa que eu não permitiria que sucedesse e levaria a processo de inquérito e eventual processo disciplinar. No entanto, aconteceu em espaço público, envolvendo membros da comunidade da UC, portanto, mancham a imagem e os valores pelos quais pautamos a nossa vida pessoal e coletiva”, referiu.
O reitor da Universidade de Coimbra lembrou, aos estudantes que frequentam a instituição e aos que acabaram de chegar, que “a liberdade tem de ser defendida todos os dias”.
“Os valores da UC não se coadunam com este tipo de comportamentos onde existe uma manifesta distorção do conceito de liberdade e de praxe”, acrescentou.
No seu entender, ao criarem a Semana de Acolhimento e Integração, um “formato único no país”, deram sinal para aquilo que julgam ser um processo de acolhimento e integração pela positiva.
“Tudo o que resvala para outros patamares configura comportamentos inaceitáveis”, vincou.
Segundo o reitor da UC, situações de humilhação são em si mesmas atos de abuso moral inaceitável.
“Pior ainda quando o que é dito encerra em si mesmo, implícita ou explicitamente, mensagens de intolerância”, disse.