Anette d’Almeida, médica obstetra que dedicou toda uma vida a ajudar a nascer bebés, morreu esta terça-feira, com 87 anos. Natural da Guiné-Bissau, Anette Felicidade d’Almeida Cravo, veio para Portugal para tirar o curso de medicina, acabando por se estabelecer na cidade de Coimbra, onde exerceu a sua atividade. Foram mais de quatro décadas ao serviço da maternidade. «Vivia na maternidade», diz Teresa Almeida Santos, atual diretora do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatalogia do CHUC, recordando que Anette d’Almeida não era apenas uma médica obstetra, era alguém que vivia intensamente a profissão e incentivava os outros a viver.«Fazia enfeites de Natal, promovia convívios, era respeitada por todos», exemplifica Teresa Almeida Santos que destaca os «ensinamentos técnicos» que ela e outras colegas “bebiam” de Anette d’Almeida, mas acima de tudo «os ensinamentos do ponto de vista humano e o cuidado que tinha com as grávidas». «Era uma obstetra de mão cheia pela qual nasceram muitas crianças ao longo de décadas», enfatiza. Terá feito mais de cinco mil partos.
