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'Cuidar de um país' indica estratégias para o território


Sábado, 30 de Dezembro de 2023

A exposição “Todos os tempos se cruzarão”, que ontem abriu na Sala da Cidade, é a primeira do ciclo “Cuidar de um país” que irá expor estratégias da arquitetura e da arte que podem estruturar o território, que no caso nacional enfrenta um contexto adverso, com esvaziamento no interior e hiperconcentração em algumas cidades, como Lisboa e Porto.


Coorganizada pela Câmara Municipal de Coimbra, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (UC), Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da UC, “Todos os tempos se cruzarão” expõe oito propostas heterogéneas que revelam como, no atual contexto adverso, arquitetura e arte «têm sabido encontrar estratégias capazes de estruturar o território, de o recriar, reavivar o seu tecido mais profundo, retomar as suas possibilidades mais esquecidas, consolidando-o».

Acrescenta o CAPC que os autores e as propostas selecionadas demonstram que «só a cultura de qualidade permite reforçar a presença das práticas artísticas num país que tem de ser entendido na sua totalidade». A urgência do tema e por ser parte integrante de investigações e reflexões das instituições envolvidas, sublinha ainda o CAPC, levou ao alargamento da proposta inicial (do Atelier do Corvo para representação de Portugal na mostra internacional de arquitetura de Veneza) para o ciclo anual de exposições “Cuidar de um país”.

A Bienal Anozero apresenta também propostas e estratégias de reforço de urbanidade local. Carlos Antunes, diretor do CAPC, destacou as propostas para o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, espaço central da Anozero, idealizadas por estudantes do Instituto Universitário de Lisboa. Refutando a ideia de hotel no mosteiro, o arquiteto entende que a bienal é uma oportunidade para pensar o território urbano, de fazer o interface entre a cidade consolidada (margem direita do Mondego) e a cidade esquecida (margem esquerda). Entre as sugestões expostas surgem uma ligação do mosteiro ao Fórum, com um parque urbano e urbanização, ou o diálogo entre cheios e vazios nos claustros.

Expofacic 2024