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Condenado a pena de cadeia 10 anos após o crime


Segunda, 22 de Abril de 2024

Um engenheiro químico, de 65 anos, foi condenado a uma pena de cadeia de quatro anos e seis meses por um roubo praticado há 10 anos, em Coimbra, com recurso a muita violência. Um caso que só agora chegou ao banco dos réus uma vez que na altura o criminoso fugiu deixando apenas vestígios que foram guardados pelas autoridades. Oito anos depois, o criminoso, natural da Ucrânia, foi detido e condenado a 14 anos de cadeia. Foi graças a esse processo que os seus vestígios de ADN entraram no sistema e permitiram deslindar o crime de 2014 que foi agora julgado no Tribunal de Coimbra.
Os factos remontam à madrugada do primeiro dia de abril de 2014, altura em que o homem se dirigiu a um imóvel na Ladeira das Alpenduradas. Numa mochila levava, entre outros objetos, um passa-montanhas, três braçadeiras, duas munições de diferentes calibres, uma furadeira, uma escada de corda e tubos, um arrancador de pregos, um rolo de fita isoladora, várias chaves de parafusos e estrela, uma broca de ferro, um alicate e um maçarico ou ainda um lata de gás, uma faca de mato, uma arma elétrica e um lenço com clorofórmio, tolueno e acetona...
Foi com ele que, depois de entrar na habitação pelas traseiras e de se introduzir no quarto, “acalmou” a moradora da habitação que, apesar de estar a dormir, ao aperceber-se da presença de um estranho, começou a gritar por socorro. Não sem antes, como confirma o Ministério Público, ver o assaltante apertar-lhe o pescoço e desferir-lhe vários choques elétricos com a arma que levava consigo. Depois de “adormecer” a vítima ainda lhe atou os pulsos e tornozelos e amordaçou-a, «ficando aquela impossibilitada de resistir».
Estaria, portanto, o caminho livre para poder proceder “descansado” ao assalto se os gritos de socorro da vítima não tivessem alertado as vizinhas, duas estudantes que viviam no mesmo prédio e que chamaram as autoridades, o que fez com que o assaltante optasse por fugir pelo pátio traseiro do imóvel, abandonando, já num quintal, nas traseiras, alguns dos objetos que tinha levado consigo. A vítima, na altura com 71 anos, foi assistida nos HUC a várias lesões, na face, no pescoço, na região dorsal, na região abdominal, assim como em ambas as mãos e punhos.

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