O município de Coimbra ganhou, em dois anos, cerca de dois mil habitantes, destacou ontem o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que, citando dados da PORDATA/INE, frisou que o concelho passou dos 141 mil residentes em 2021, para os 143 mil em 2023, contrariando o «lento declínio de duas décadas».
«Coimbra está a fixar mais pessoas, o que é tão fundamental em todos os setores, porque há novas dinâmicas, mais empregos e recentes e variadas oportunidades», afirmou o autarca, já na reta final de uma longa sessão do Dia da Cidade, em que foram distinguidas com medalhas honoríficas 16 personalidades, instituições e associações do concelho.
Admitindo algumas «décadas de atraso», o autarca garante que a cidade está agora a passar por um «profundo processo de transformação e modernização, mais resiliente e com mais qualidade de vida». Recordou os últimos 32 meses de gestão camarária e de «trabalho intenso e dedicado» cujos resultados «começam a aparecer progressivamente, de forma consistente, com uma superior dinâmica».
José Manuel Silva admitiu também que as obras em curso «provocam transtornos», mas são também o caminho para mais investimento e mais qualidade de vida. Frisou que as «complexas obras subterrâneas» vão «resolver problemas de gerações» e permitir a construção de um sistema de transportes público «de primeiro nível» e, com isso, novas empresas, novas zonas industriais e, em suma, «catapultar Coimbra para o futuro».
Físico deseja que prevaleça o sonho
Numa longa sessão em que foram entregues 16 medalhas honoríficas, o físico e cientista Carlos Fiolhais, um dos homenageados, também falou do futuro de uma cidade que, não sendo sua de nascença, foi por si adotada desde os sete anos de idade e considerou que sendo Coimbra «uma lição de sonho e tradição», gostava que «prevalecesse o sonho». «E não estou, de certo, sozinho, ao afirmar que pode ter um futuro mais rico que o passado, pode ser bem melhor do que tem sido», afirmou o cientista, um dos mais citados a nível mundial, que acredita que com todos unidos «a cidade pode ser o sonho realizado».
Também Emílio Torrão, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), destacou o «renascimento de Coimbra» a que se assistiu nos últimos anos e, num contexto mais global de inclusão dos 19 municípios da CIM-RC, falou do trabalho «lado a lado» na criação e afirmação da região metropolitana de Coimbra. «Uma Coimbra forte é essencial para uma região forte e uma região forte é essencial para uma Coimbra próspera», defendeu.
Emílio Torrão falou de alguns projetos fundamentais e distintivos, de que é exemplo o European Urban Initiative, um projeto na área do turismo sustentável, aprovado com 4,9 milhões de euros pela Comissão Europeia e que vai colocar Coimbra no radar turístico Internacional. «Foi a única candidatura portuguesa selecionada e que destaca Coimbra como exemplo a seguir», afirmou Emílio Torrão, garantindo que toda a região está a trabalhar para «assegurar que o turismo em Coimbra beneficia todos». De resto, José Manuel Silva também chamou ao discurso este projeto europeu na área da inovação em turismo sustentável, lembrando que entre 112 candidaturas de toda a Europa, só 22 foram aprovadas e a de Coimbra foi a única no contexto nacional.
A cerimónia do Dia da cidade, que decorreu na Sala Afonso Henriques, do Convento de S. Francisco, contou ainda com a assinatura do acordo de geminação entre Coimbra e Zamora, em que participou o autarca espanhol Francisco Guarido.|
