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Edição 2024 do Citemor com 14 propostas de artes visuais e performativas


Quarta, 10 de Julho de 2024

A edição de 2024 do Citemor, o festival nascido há 50 anos em Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, propõe 14 espetáculos de artes visuais e performativas, com um programa que começa dia 19, anunciou hoje a organização.
Considerado o festival mais antigo do país, o Citemor apresenta este ano, até 10 de agosto, um programa de propostas artísticas “que cruzam o teatro, dança, performance, música, cinema e artes visuais”, afirmaram os organizadores, numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa, aludindo a estreias, antestreias, produções próprias e obras desenvolvidas em residências de criação.
A programação, ainda de acordo com o comunicado, decorrerá em Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz e continua “a afirmar a vocação produtora do Citemor”, assegurando um cartaz “repleto de novidades e acontecimentos únicos”.
O festival começa no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), com a apresentação de “Norma”, a mais recente criação da bailarina e coreógrafa Diana Niepce. Com produção do Teatro Nacional D. Maria II, o espetáculo que reúne dança, circo e performance estreia na quinta-feira, em Lisboa, nos Jardins do Bombarda e segue para Coimbra no dia 19, às 21:30, na abertura do Citemor.
A programação de julho continua no dia 20, ainda em Coimbra, desta vez no Teatro da Cerca de São Bernardo, com a estreia de “Ilusão Teimosa. Mente Persistente”, um dueto do português Francisco Camacho e do brasileiro Magnum Soares.
Os autores “partiram para este projeto com a intenção de aprofundar a sua relação artística e profissional” sendo que o espetáculo confronta as suas experiências pessoais ligadas a um terceiro continente, África, “de onde vêm os ascendentes de Magnum e onde Francisco passou a infância”, assinalou a nota do Citemor.
No dia 24 o festival visita a Figueira da Foz com o projeto Vem – Videoarte em Movimento, definido como “uma experiência itinerante de fruição da criação visual em ambientes de transição e passagem”, sustentado numa carrinha que viaja entre o Mediterrâneo e o Atlântico “a exibir um programa composto por obras de videoartistas internacionais”.
Já o primeiro espetáculo em Montemor-o-Velho, vila do Baixo Mondego onde o festival nasceu, está agendado para dia 25, na Toca, uma antiga fábrica de mármores, onde os Artistas Unidos, que ali se encontram em residência de criação, estreiam “Búfalos”, de Pau Miró, com encenação de Pedro Carraca.
Segundo a nota de imprensa, a obra é uma fábula contemporânea, sobre a sobrevivência, individual e coletiva, “que recorre a imagens de animais, na grande tradição de Esopo”, na qual o dramaturgo catalão “volta a falar do esvaziamento do seu bairro histórico em Barcelona, da especulação imobiliária e do turismo massificado, do isolamento e da desolação juvenil”.
Os promotores enfatizam que a programação do festival “sublinha a vocação produtora reconhecida ao Citemor, bem como o seu contributo, já histórico, para a edificação de um repertório contemporâneo”.
Por outro lado, “a abordagem ao espaço peninsular, um dos atributos do Citemor, está bem presente neste programa que intensifica as relações entre as comunidades artísticas de Portugal e Espanha”, vincam.
“O Citemor é um fator decisivo na identidade da vila [de Montemor-o-Velho] e da região, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento e coesão do território. Um território que oferece elementos que tornam este festival único, mas que também impõe limitações ao seu crescimento”, sustentou a organização.

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