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Governo pede à APA solução para problema de falta de água


Sábado, 27 de Julho de 2024

O Governo pediu à Agência Portuguesa do Ambiente que elabore uma solução de abastecimento público de água a uma freguesia de Mértola (Beja) e avance com a recuperação das margens do Guadiana, no mesmo concelho, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o Ministério do Ambiente e Energia indicou que a ministra Maria da Graça Carvalho solicitou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) um plano que permita o abastecimento público regular de água potável à freguesia do Espírito Santo, em Mértola.
As localidades desta freguesia alentejana “são afetadas, todos os anos, por grandes défices hídricos, obrigando a que as populações sejam servidas com recurso a autotanques, no período do verão”, justificou a tutela.
Segundo a tutela, pretende-se “uma resposta eficaz” para os problemas que afetam, sobretudo, Espírito Santo e Mesquita, uma outra povoação localizada junto à aldeia ribeirinha do Pomarão e que pertence à mesma freguesia.
Na aldeia de Mesquita, adiantou o ministério dirigido por Maria da Graça Carvalho, vai ser instalada uma unidade de captação de água superficial do rio Guadiana, junto ao Pomarão, para o reforço do sistema Odeleite-Beliche, no Algarve.
“Tendo em conta que o abastecimento de água em Mértola é assegurado em cerca de 80% pela Águas Públicas do Alentejo (AgdA) e o restante por captações da câmara municipal, é intenção da ministra do Ambiente e Energia que o alargamento do abastecimento de água potável a Mesquita, que a APA venha a desenvolver, seja feito em articulação com aquelas duas entidades”, adiantou.
No comunicado, o Ministério do Ambiente e Energia revelou que a governante também mandatou a APA a avançar com o apoio e financiamento da reabilitação das margens do rio Guadiana, entre a vila de Mértola e a localidade do Pomarão.
“Apesar de o rio Guadiana ser navegável entre Mértola e Vila Real de Santo António, numa distância de 68 quilómetros, no troço entre a aldeia ribeirinha do Pomarão e a vila de Mértola, a navegação é condicionada pelo efeito da maré”, assinalou.
A tutela frisou que a navegação naquela zona do rio é condicionada sobretudo “pelo progressivo assoreamento devido ao excesso de sedimentos, que têm vindo a acumular-se desde que o Alqueva encerrou comportas, em 2002”.
“Ou seja, o fluxo de água não assegurará a limpeza de fundo, dando-se uma acumulação de areias e demais sedimentos”, explicou.
Estas decisões surgem após uma reunião da ministra com o presidente da Câmara de Mértola, realizada, esta semana, em Lisboa, na qual o autarca sinalizou que o concelho regista “um problema crónico de escassez de água e elevado stresse hídrico”.

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